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AES confirma acordo com BNDES e elogia MP do setor elétrico

AES Corp confirmou ter concluído no último final de semana as negociações para reestruturar a dívida de US$ 1,2 bilhão com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O banco, que no início da tarde chegou a negar a informação, disse há pouco que preferia “não comentar” o assunto.

Em entrevista por telefone à Folha Online, o diretor de operações e vice-presidente da AES, Joseph Brandt, disse que as negociações sobre os pontos “comerciais” do acordo terminaram no último final de semana e que agora os advogados da empresa estão acertando a parte operacional do contrato.

“Agora, nós temos de fechar o documento com os detalhes específicos que serão conhecidos nos próximos dias”, disse Brandt. Segundo ele, os termos do acordo poderão ser divulgados antes do novo prazo dado pelo BNDES à empresa, que é o dia 22 de dezembro. “Os detalhes técnicos podem sair antes”, disse.

Em setembro, o banco e a empresa haviam assinado um memorando de entendimento, que venceu ontem. O memorando previa a criação de uma nova empresa, a Novacom, que incluiria os principais ativos da empresa americana. Entre elas, a AES Tietê (geradora), a mais lucrativa subsidiária da AES no Brasil, a AES Eletropaulo (distribuidora), a AES Uruguaina (termelétrica) e a AES Sul (distribuidora).

Brandt, no entanto, preferiu não comentar se a empresa cedeu ou não à exigência do BNDES de incluir a AES Tietê nas negociações. “Esse é um detalhe que será conhecido junto com o comunicado sobre o acordo como um todo”, afirmou.

A AES Tietê era o grande impasse das negociações. As ações da empresa foram dadas como garantia de um empréstimo de US$ 300 milhões feito pela AES nos EUA, e a empresa americana não conseguiu a autorização dos credores externos para desembaraçar essas ações.

Investimentos

Brandt disse que, com a conclusão das negociações, a AES pretende voltar a investir no Brasil. O executivo afirmou ainda que o novo modelo para o setor elétrico, lançado pelo governo na semana passado, é construtivo e ajudará o Brasil a atrair investidores.

“De forma geral, até porque ainda não temos muitos detalhes, o novo modelo é muito construtivo. O Brasil com certeza irá receber mais investimentos, incluindo a AES. Nos sentimos mais encorajados a investir no Brasil. Estamos nos recapitalizando para isso e devemos anunciar um novo plano [de investimentos] em 2004”, afirmou Brandt.

Negociação dura

Brandt disse ainda que as negociações com o BNDES foram “complicadas e exaustivas”. “Eu, pessoalmente, já estava há mais de dez meses tentando negociar. Foi quase um ano de impasse. As conversas só começaram a ficar mais construtivas na última semana”, afirmou.

A empresa americana chegou a ser criticada pelo presidente do BNDES, Carlos Lessa, quando não cumpriu o prazo para começar a pagar a dívida com o banco. Lessa chegou a cogitar a possibilidade de acionar a empresa na Justiça para cobrar.

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