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Adubação correta melhora produtividade das soqueiras

A condução eficiente das socas pode contribuir, de maneira significativa, para uma boa produtividade média dos canaviais. Os efeitos do desgaste do “tempo de vida” poderão ser minimizados, caso haja atenção redobrada à adubação, condições de solo, umidade, ervas daninhas, irrigação e estado da própria cana. É certo que o crescimento saudável da planta depende muito dos cuidados durante o seu ‘nascimento’. “No cultivo e plantio, deve-se garantir condições favoráveis para um bom desenvolvimento do sistema radicular, com procedimentos adequados”, afirma a engenheira agrônoma Rafaela Rossetto, diretora do Pólo Regional Centro-Sul Piracicaba, do Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio da Cana do Instituto Agronômico de Campinas — Centro Apta Cana/ IAC. Após o crescimento e corte da cana planta, dá para “remediar”, utilizando, por exemplo, “vitaminas” nas doses corretas – nem mais nem menos. “A adubação deve levar em conta a análise do solo, que orientará a avaliação das perdas e a reposição dos nutrientes”, diz ela.

Quando há a aplicação de vinhaça na área de soqueiras, é preciso considerar que o cálculo da quantidade desse produto é feito, muitas vezes, baseado somente na necessidade de potássio da planta. “Como a vinhaça tem nitrogênio em quantidade menor, pode ser necessário uma complementação da adubação”, alerta a diretora do Pólo Regional de Piracicaba, onde está sendo desenvolvida uma pesquisa sobre o assunto. Outro estudo – ainda não iniciado – avaliará se a palha, rica em potássio, supre a cana dessa substância, mesmo que parcialmente. Aliás, o professor do Departamento de Produção Vegetal da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo — Esalq/ USP, Marcos Silveira Bernardes, está preocupado com o excesso de potássio nas áreas mais próximas às usinas, onde geralmente ocorre a aplicação de maior quantidade vinhaça. O exagero, nesse caso, pode prejudicar o desenvolvimento da planta.

Segundo o professor da Esalq, muitas usinas estão diluindo o produto, o que possibilita a cobertura de uma área mais extensa. Marcos Bernardes diz que a irrigação com água é indispensável para a brotação da cana, em locais mais secos, principalmente no Nordeste e na região de Campos (RJ). O uso do pivô central rebocável – de acordo com ele – tem sido a melhor opção, pois esse equipamento faz a aplicação de herbicidas e adubos. As condições de umidade do solo devem, também, nortear a condução das socas. O professor da Esalq diz que o melhor é protelar os tratos culturais o máximo possível, principalmente em solos argilosos. “Se continuar chovendo e chegar a época da adubação, ela deve ser feita a lanço. E, nessas condições, aplica-se herbicidas residuais, apropriados para solos molhados que são, inclusive, mais baratos. A avaliação da compactação e a subsolagem – se houver necessidade —ficam para o ano seguinte”, orienta.

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