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Adoção de sementes no plantio pode dobrar a produção da cana-de-açúcar

O CEO da Copersucar, João Roberto Teixeira, informa que os primeiros testes, já em grande escala no CTC, estão programados para 2023

teixeira: Copersucar passará pela pandemia e sairá mais fortalecidA
teixeira: Copersucar passará pela pandemia e sairá mais fortalecidA

Num cenário em que a transição energética aponta o etanol como uma das principais alternativas, dentre as novas matrizes de energia, aumentar a produtividade da cana-de açúcar, deverá ser, sem dúvida, um dos grandes desafios dos produtores nacionais.

Pesquisas feitas pelo Centro de Tecnologia Canavieira – CTC projetam que até 2023, novas variedades e a adoção de sementes no plantio da cana poderão dobrar a produção, usando a mesma quantidade de terra que é usada hoje.

Durante conferência do Credit Suisse, o CEO da Copersucar, João Roberto Teixeira, informou que os primeiros testes com as sementes, já em grande escala no CTC, estão programados para o próximo ano.

“O ciclo de desenvolvimento de variedades pelo CTC, é de em média 8 anos, o que é muito rápido. Então a gente está sendo capaz de produzir novas variedades e elevá-las ao campo, o que nos possibilita aumentar a produção só com essas novas variedades”, disse Teixeira.

Com relação ao processo de plantio da cana através da semente, o empresário explicou durante a conferência, que “a cana é plantada em viveiros, esses viveiros ocupam uma parte importante da terra e são levadas para serem plantadas na terra em grande escala. Esse processo consome bastante capital, e por isso, ao longo dos anos, não se corta a cana inteira, você deixa o broto germinar de novo. Só que essa cana de segundo corte tem uma perda de produtividade de 20%, e depois mais 20%, até que se decida fazer novo investimento no plantio”, explicou.

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De acordo com ele, com o uso de semente, muda-se completamente essa dinâmica, reduzindo drasticamente o custo de plantio, permitindo a plantação de sementes novas a cada safra. E esse processo de transformação da cana em semente, não é algo que vai acontecer em 2097. Os primeiros testes já em grande escala no CTC estão programados para 2023, ou seja, ano que vem. Todo processo tecnológico está dominado, o desafio de fazer a cápsula, que envolve a semente para possibilitar o plantio, também já está pronto, E esse será um grande ganho de produtividade que vem por aí”, disse o CEO da Copersucar.

Ao avaliar a questão da transição energética, João Roberto Teixeira acredita em “soluções diferentes, para regiões diferentes no mundo, num processo que é essencial para a sobrevivência do planeta”. Ela vai acontecer nas próximas décadas, mas não existe uma solução única para viabilizar essa transição a nível global.

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“O etanol tem um papel muito importante na composição desse conjunto e contribuirá na transição energética, que se dará de forma diferentes em regiões diferentes, e em timing diferente. Isso cria oportunidades para empresas que trabalham com cana-de-açúcar no Brasil. Cabe a nós investir em produtividade e criar esses canais de mercado, desenvolvendo novas tecnologias que tornem o etanol uma alternativa de uso global”, finaliza Teixeira.

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