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Vender bagaço já é melhor do que vender energia

O bagaço é hoje a  principal biomassa da cana que gera eletricidade
O bagaço é hoje a principal biomassa da cana que gera eletricidade

Se houver procura por bagaço de cana-de-açúcar, a usina sucroenergética vai faturar mais com a venda do subproduto do que com a comercialização de energia elétrica cogerada.

Na média, uma usina do interior paulista, com boa estrutura de operação, emprega em média três toneladas para fazer um megawatt-hora (MWh).

Conforme o valor teto desta semana, o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), que serve de moeda para venda de energia no mercado spot, está em R$ 214,86.

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Se a usina tiver procura, compensa mais vender o bagaço do que usa-lo na produção de eletricidade
Se a usina tiver procura, compensa mais vender o bagaço do que usa-lo na produção de eletricidade

Ocorre que também na média a tonelada de bagaço é cotada em R$ 100 (posto usina). Sendo assim, a usina com demanda por bagaço fatura quase três vezes mais com a venda do subproduto na comparação com a venda do MWh.

A má notícia para o mercado de cogeração e venda de excedente foi confirmada na última sexta-feira (18/07), quando a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) divulgou o teto do PLD válido até a próxima sexta (24/07).

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No submercado Sudeste-Centro/Oeste, a média do MWh fica em R$ 214,86.

Em recente evento da Esalq em Piracicaba, diretor de consultoria especializada no setor sucroenergético informou que o teto remunerador do MWh é de R$ 250. Isso porque poucas usinas sucroenergéticas estão dotadas de estrutura de custos baixos de produção de eletricidade.

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Exceto para essas usinasm que já possuem estrutura com custos baixos, e oferta também de custo baixo de bagaço, produzir eletricidade excedente para venda é apostar no prejuízo.

Em sua maioria, a venda de energia cogerada emprega como moeda o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD).

Apenas nos primeiros 17 dias de julho, o valor teto do PLD despencou 44%. Foi de médios R$ 383,25 na primeira semana do mês a R$ 214,86 na última atualização média do indicador.

Com os R$ 214,86, só é possível remunerar o MWh se a unidade sucroenergética tiver estrutura de baixo custo tanto de operação (caldeiras, turbinas), de matéria-prima (oferta abastada de bagaço) e de interligação ao sistema (se o ponto de interligação ao sistema de transmissão estiver acionado).

vale 44% menos. Na média, o valor do megawatt-hora (MWh) custa no máximo R$ 214,86