Uma das coisas mais impressionantes dos últimos tempos no Brasil e no mundo tem sido a capacidade de Dilma, Lula e o ‘politburo’ federal de mentir descaradamente sobre os mais diversos assuntos que lhes dizem respeito.
“Nunca antes na história deste país” se viu uma ação tão bem orquestrada para transformar mentira em verdade e tentar ocultar e obstruir o acesso a fatos e acontecimentos nítidos, visíveis a qualquer pessoa, exceto àqueles que realmente não “querem ver”.
Mas, além da luta desesperada pela sobrevivência política, como explicar tal capacidade de dissimulação e mentira?
Simples, o apego ao poder cega as pessoas! Faz com que se sintam deuses e donos da verdade! Assim como afirmara Abraham Lincoln, “quase todos os homens são capazes de superar a adversidade, mas, se quiser pôr à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder”.
A verdade é que mesmo se a Presidente Dilma conseguir escapar do impeachment e das investigações da Operação Lava Jato, continuará atolada nos problemas criados por ela mesmo e pelo PT numa longa história de incompetência, de demagogia e de irresponsabilidade!
Grandes empregadoras e geradoras de renda, e com forte influência nas comunidades e regiões em que estão inseridas, infelizmente as usinas são ambientes propícios para a disseminação da “cegueira do poder”. Até pela própria história e cultura do setor.
Neste ambiente não são apenas empresários e altos executivos que sofrem com a tentação de ser “o dono da verdade”. Encarregados e líderes de setores podem sofrer desta cegueira, afinal cada área da usina acaba também representando um ponto de influência, um território a ser conquistado e mantido.
A influência ou os resultados iniciais acabam gerando um certo orgulho nos mais bem-sucedidos. Orgulho este que no início é positivo, estimulante, mas se não for bem compreendido pode vir a se tornar negativo, gerando em líderes a síndrome de “pequenos chefes”. E onde um se assenta no poder vários se acomodam na situação.
Às vezes, o sucesso nos impede de reconhecer que a verdade é uma realidade vista por todos os lados e, portanto, ter acesso a mais pontos de vista nos deixa mais próximos do melhor resultado!
Após 28 anos atuando no setor, eu me considerava profundo conhecedor da realidade das usinas. Mas, recentemente, ao conhecer “por dentro” dezenas de unidades servindo pelo Pró-Usinas, descobri que não sei quase nada e que as questões envolvendo o setor são bem mais complexas do que sequer eu imaginava. Voltei à escola!
Por exemplo, percebo uma dificuldade em gerar ações conjuntas entre a área agrícola e a industrial visando reduzir os impactos no processamento da matéria-prima e, por conseguinte, na geração de caixa da usina.
Claro que os desafios envolvem parâmetros técnicos e recursos, mas a falta de abertura e comprometimento dos gestores na obtenção de resultados numa área que não é “sua” pode ser determinante. Ou seja, é uma situação que fica mais fácil de ser resolvida trabalhando efetivamente em equipe e tirando o orgulho de lado!
Afinal, o orgulho gera apego ao poder e este cega os olhos e endurece o coração daqueles que não entendem que na essência todo trabalho é uma missão de vida!
Os resultados do trabalho baseado na humildade são consistentes e, ainda que demorem para tornarem-se visíveis, são graduais e sustentáveis. Já as consequências do orgulho também podem demorar para aparecer, mas quando aparecem, acabam por revelar o real caráter e competência de seus titulares!
Isto me leva a crer que, assim como o impeachment de Dilma Rousseff é fundamental para viabilizar as soluções para a crise do Brasil, os enormes e prementes desafios enfrentados pelas usinas não nos permitem continuar aceitando os prejuízos da “cegueira do poder”.
O melhor que posso fazer para as usinas é dar um impeachment no meu orgulho, já!