A agenda semanal cheia da Câmara dos Deputados, que incluía importante votação do orçamento, não foi empecilho para o sucesso do lançamento da Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético, no dia 5 de novembro último, em Brasília, DF.
A Frente nasceu suprapartidária, com o objetivo de promover, acompanhar e defender ações e políticas públicas que fortaleçam o setor (veja cobertura do lançamento nas páginas 10 e 11), e o evento de lançamento foi marcante pela representatividade.
Presidida pelo deputado federal Arnaldo Jardim, recebeu adesão de cerca de 300 parlamentares e apoio de autoridades importantes como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do senador Aécio Neves, de lideranças institucionais, de produtores de cana e de representantes de toda a cadeia produtiva sucroenergética.
No evento não faltou quem lembrasse o papel do JornalCana, não apenas como o propositor de uma manifestação pública do setor em Brasília, mas como única mídia que toma parte ativa nas principais iniciativas que o envolvem.
Ainda que não tenha sido uma manifestação pública ostensiva do setor, conforme idealizada e incentivada por nós desde o Ethanol Summit, a Frente Parlamentar pôde apresentar resultados práticos mais imediatos para as usinas e demais integrantes da cadeia.
A principal vantagem da Frente é que ela possui representatividade suficiente para forçar o Governo a um diálogo quanto a real situação do setor – sim, o Governo Dilma ainda acha que o setor está chorando de barriga cheia! – para adotar medidas fundamentais para a restauração da competitividade das empresas.
A Frente também tem a seu favor o fator “eleições 2014”, que abre oportunidades de barganha entre o Legislativo e o Executivo, inclusive para os membros da base governista. Creio que o setor seja uma boa moeda de barganha e venha a ser tratado com um pouco mais de beneplácito em um ano eleitoral.
Contudo, minha maior preocupação continua sendo quanto à consistência das propostas e da agenda a ser levada adiante pela Frente Parlamentar, pois o setor é composto de regiões díspares tanto nas condições produtivas quanto nas visões empresariais e interesses econômicos.
O grande desafio é afinar o discurso e priorizar as ações, e este papel cabe ao Fórum Nacional Sucroenergético, junto com a representatividade dos fornecedores de cana.
Estabelecida esta premissa, a Frente Parlamentar tem condições políticas para viabilizar as mudanças que o setor precisa. As principais delas são a restauração da competitividade do etanol, perdida com o subsídio de viés político e eleitoreiro do governo à gasolina, a garantia de um diferencial econômico à bioeletricidade advinda da biomassa da cana e um ambiente adequado à implementação de novas tecnologias, como a do etanol 2G e de bioquímicos, etc.
Gostemos ou não, somente com uma boa base política haverá sustentabilidade para superar a crise e atrair o retorno dos investimentos.
O setor tem que seguir na Frente!