Renato Anselmi, de Campinas, SP
Após passar por um verdadeiro “banho tecnológico” durante anos, o rodotrem está sendo visto com desconfiança e certa desconsideração, principalmente em Minas Gerais e Goiás.
No Triângulo Mineiro, quinze usinas precisaram assinar o TAC – Termo de Ajustamento de Conduta com o MPT – Ministério Público Trabalho que estabelece a necessidade das unidades sucroenergéticas se adequarem gradativamente até 2019 às exigências da legislação de trânsito.
A desatualizada “lei da balança” – que é o apelido dado ao conjunto de resoluções do Contran – Conselho Nacional de Trânsito que regulam o transporte de carga ¬– determina que o equipamento, no caso o rodotrem, não ultrapasse o PBTC – Peso Bruto Total Combinado de 74 toneladas. Para cada composição, como o treminhão e o biminhão – que é muito pouco usado -, há um limite diferente.
“Além de estar com dificuldade financeira, o setor adquiriu recentemente uma frota nova que ainda não foi depreciada. Há uma preocupação por causa da adequação que exigirá um aumento do número de viagens. Isto eleva o custo operacional para transportar a mesma quantidade de cana”, afirma Mário Ferreira Campos Filho, presidente executivo da Siamig – Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais.
Segundo ele, o mercado disponibiliza equipamentos que têm cavalos mecânicos com capacidade de tração de até 150 toneladas. “Infelizmente, existe uma legislação de trânsito no Brasil que não reconhece os avanços tecnológicos que os equipamentos tiveram nos últimos anos”, comenta.
Deixando de lado qualquer chororô, o setor resolveu reagir e encomendou detalhado estudo para uma empresa especializada que desenvolveu e testou soluções voltadas ao aumento da carga transportada.
Caso seja aprovada, essa proposta – que estava sendo protocolada em abril no Contran pelo Fórum Nacional Sucroenergético –, vai possibilitar a homologação de vários layouts de equipamentos, informa o presidente da Siamig que apoiou, de maneira intensa, a elaboração desse estudo.
Um das novas configurações do rodotrem – conforme o estudo técnico – amplia o PBTC de 74 para 91 toneladas, com o aumento de 9 para 11 eixos. Há ainda a possibilidade do Peso Bruto Total Combinado chegar a 108 toneladas com a inclusão de julieta ou semirreboque na composição, o que exige o aumento do comprimento de 30 para 40 metros. Neste caso, não há necessidade de mudança do número de eixos.
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