O livro “Rotatividade e políticas públicas para o mercado de trabalho” lançado pelo Dieese essa semana, trata da rotatividade da mão de obra em seis setores de atividade. Nesse livro, o Dieese criou um ranking com 20 funções mais atingidas pela rotatividade nesses diversos setores, entre eles, trabalhadores do segmento sucroenergético, atendentes de lanchonete, cozinheiro, garçons, gerente de contas ou administrativo, serventes de obras, pedreiros, alimentadores de linha de produção e montadores de equipamentos eletroeletrônicos.
O estudo revela que o tempo médio de permanência no emprego em 2012, em todos os segmentos, foi de três anos, se excluídos os funcionários públicos. Segundo o coordenador de Relações Sindicais do Dieese, José Silvestre, organizador do livro, naquele ano o número de vínculos formais no Brasil, entre contratações e demissões, superou os 76 milhões. O estudo mostra que a rotatividade está concentrada em uma parcela minoritária das empresas.
“O custo para demitir não é alto e não temos nenhum mecanismo que iniba a rotatividade. Existem setores que rodam 40%, 50%, 60% da força de trabalho (por ano). E tem um percentual expressivo de trabalhadores (45%) que são dispensados antes de completar seis meses”, acrescenta Silvestre.
Sobre a publicação
Elaborado com apoio da Fundação Friedrich Ebert (FES), o livro é resultado de uma série de seminários e discussões entre diversas entidades dos setores bancário, metalúrgico, químico, da construção, do comércio e de alojamento e alimentação. Tem como base dados da Relações Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego.
Em conclusão, o estudo admite que a rotatividade traz “custos perversos” para todas as partes envolvidas como as empresas, para o trabalhador e para o governo federal. “Portanto, a sociedade brasileira como um todo tem muito a perder com esse fenômeno estrutural no mercado laboral”, informa o Dieese.