A preservação e recuperação de áreas nativas desenvolvidas por usinas vem se destacando, como acontece com as associadas da Copersucar. Exemplo disso, é o projeto da Usina São Luiz, de Ourinhos (SP), onde tornou-se rotina registrar tamanduás-bandeira, onças pardas, jaguatiricas, gatos-mouriscos e jacarés-de-papo amarelo, entre outros bichos silvestres, nos 35 mil hectares da empresa.
Iniciado em 1998, o programa de reflorestamento da usina chegou ao ápice em 2020, quando o levantamento faunístico mostrou que animais carnívoros do topo da cadeia alimentar voltaram a habitar a área. “A presença desses animais significa que aquele ambiente e todo o resto da cadeia foram reabilitados. Atesta o sucesso das ações de recuperação”, explica a gerente de Sustentabilidade e Meio Ambiente da Copersucar, a bióloga Monica Jaén.
De acordo com ela, resgatar áreas nativas e aderir a sucessivas iniciativas pelo desmatamento zero são hoje prerrogativas do setor sucroenergético e compromissos da Copersucar. Todas as 34 usinas sócias da companhia já estão certificadas no RenovaBio, programa nacional de incentivo à produção de biocombustíveis, que permite o ingresso apenas de produtoras de cana-de-açúcar em áreas sem supressão vegetal desde 2018.
LEIA MAIS > Copersucar aumenta eficiência logística e reduz impacto ambiental
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
No estado de São Paulo, onde se localizam 78% das usinas, foi assinado o compromisso Etanol Mais Verde, que gerou 38 milhões de mudas de espécies nativas plantadas, quase 7 mil nascentes preservadas e 211 mil hectares de matas ciliares recuperadas — o equivalente a cerca de 300 mil campos de futebol. As usinas que aderiram ao acordo precisam renovar seu Certificado de Conformidade Agroambiental anualmente.
Projetos de conservação ambiental implementados pelas empresas ligadas à Copersucar contribuem, ainda, para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estipulados pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Corredores ecológicos, comunidades conscientes
O programa da Usina São Luiz contempla diferentes ODS: conservar a biodiversidade, ampliar a ocorrência de habitats naturais, promover a agricultura sustentável, reduzir a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) e integrar medidas contra a mudança climática global nas políticas, estratégias e nos planejamentos nacionais.
As ações de reflorestamento ao longo dos rios Pardo, Turvo e Paranapanema, que recuperaram parte da Mata Atlântica, beneficiaram até o momento 298 hectares e sete municípios paulistas: Ourinhos, Santa Cruz do Rio Pardo, Chavantes, Canitar, São Pedro do Turvo, Ipaussu e Ribeirão do Sul.
Mais de 500 mil mudas de árvores nativas foram plantadas, e a fauna retornou aos corredores ecológicos criados — eles protegem nascentes e a biodiversidade regional, ajudam a evitar inundações ou falta de água e conferem um perfil sustentável às atividades agrícolas.
LEIA MAIS > Usinas e fornecedores de cana se unem no combate ao fogo
Em parceria com professores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a São Luiz monitora a fauna em suas dependências. Os levantamentos identificaram 259 espécies diferentes, entre anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Entretanto, para o gerente de Meio Ambiente da usina, Manoel Benedito Ribeiro de Andrade, não basta ter apenas o meio saudável. É preciso cuidar, também, dos pilares social e econômico.
“Nosso programa de conservação melhora a qualidade de vida das comunidades locais. Trazemos alunos de escolas regionais para visitação e temos 35 voluntários ambientais, que são funcionários de diversas áreas — do administrativo, do automotivo, da indústria”, diz ele, citando o slogan da empresa: “O meio ambiente começa no meio da gente”, conclui.