A Petrobras, que já é sócia em unidades de açúcar e de etanol com três grupos, promete ampliar as relações com o setor sucroenergético.
“Temos que trabalhar em conjunto nos próximos anos”, afirmou na tarde desta segunda-feira (06/07) o presidente da Petrobras, Ademir Bendine, durante a abertura do Ethanol Summit, na capital paulista.
Segundo Bendine, a parceria já começou com a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) em discussões sobre”a questão de infraestrutura e logística, sobre qual o melhor modelo a ser implantado.” Ele lembrou que a Petrobras possui previsão de US$ 130 bilhões de investimentos “e temos que saber como fazer isso, com foco em operação e refino de petróleo, mas não queremos manter a dependência externa de refino”.
“Para nós, o etanol é fundamental para reduzir cada vez mais essa dependência de refino”, afirmou.
Durante o evento, Bendine lembrou que “há dogma mal estabelecido de que o etanol concorre com o setor petrolífero, porque é de fundamental importância.”
“Para os próximos cinco anos, mesmo com a retração do mercado interno, há crescimento, e o setor guarda dependência do petróleo em sua política de preços. Estamos partindo para novo modelo da companhia, com muito mais transparência e independência, para gerir a companhia com preceitos de mercado. O Conselho de Administração é independente. E quero reafirmar que a política de preços segue os ditames de mercado. Agora há baixa de demanda, mas possível correção virá dentro das necessidades, para que também o setor pratique preços.”
BNDES
“Quero afirmar aqui que o BNDES tem demonstrado e reafirma seu compromisso de longo prazo com o setor sucroenergético”, afirmou há pouco, em São Paulo, Julio César Maciel Ramundo, representante da instituição na abertura do Ethanol Summit.
“Ao longo de mais de dez anos, o BNDES vive parceria que é quase um casamento, com momentos de dificuldade, mas quem com diálogos pode superar. Nesse período, o BNDEs alocou mais de R$ 53 bilhões para o setor, que é um atestado das fases que vivemos. Desde 2005, vivemos fase de investimento, com expansão muito grande de capacidade instalada no Brasil. Fomos atropelados pela crise de 2008. Naquele momento, havia parceria muito grande e graças a ação ordenada, em momento que muitos acreditavam na morte do setor em seu auge, foram renegociados financiamentos de R$ 15 bilhões, em trabalho silencioso, que poucos sabem da intensidade naquele momento.”
“O Brasil tem como se colocar na vanguarda na matriz de transporte mundial, que é o papel do etanol, e sempre acreditamos nisso. E em muito pouco tempo, o Brasil conseguiu em quatro anos praticamente igualar em capacidade de produção o que os EUA fizeram em dez anos. É obvio que temos muito a avançar. O exercício da inovação é de resiliência.”