A mecanização da lavoura canavieira é um caminho sem volta.
Mesmo em áreas de inclinação elevada?
Sim. Mesmo em Pernambuco, onde 70% da topografia das áreas cultivadas é considerada ondulada e de inclinação elevada, as colhedoras têm mostrado bons resultados.
Há investimentos?
Dados do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool do estado (Sindaçucar – PE) apontam que as empresas sucroenergéticas têm investido na introdução de novas tecnologias de corte, carregamento e transporte de cana.
Existem outras iniciativas?
Sim, Foi criado, pela entidade, o Fundo de Tecnologia.
Qual é o objetivo desse Fundo?
Esse Fundo tem o objetivo de desenvolver e adaptar equipamentos que sejam economicamente viáveis e atendam a diversidade topográfica da região.
Qual o investimento?
A iniciativa já visitou sete países e investiu R$ 5 milhões em pesquisas.
“Cerca de 30% das atividades de colheita podem avançar para aprimoramentos em mecanização, sendo a atual mão-de-obra deslocada e aproveitada em outras funções nas empresas”, destaca Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar – PE.
“A compatibilização mais equilibrada das atividades manuais com aquelas de tecnologia de mecanização é essencial para a manutenção da atividade em Pernambuco”, emenda Cunha.
Os investimentos da Usina Ipojuca
A Usina Ipojuca tem buscado se adaptar a essa nova realidade.
Que modelo de colhedora foi adquirido?
Com 90% da área acidentada, a empresa investiu na Colhedora modelo Case
A-4000.
“A troca dos pneus por esteiras pode permitir que o equipamento opere em terrenos com até
15% de declive”, explica o agrônomo Marcos Vinícius Lins e Silva.
E quais foram os resultados?
Sobre os resultados, os números falam por si. Os dados da safra de 2018/2019 da Ipojuca apontam que o equipamento foi responsável pela colheita de 15% da área própria cultivada.
“O volume diário da máquina equivale a produção média de setenta homens”, complementa o gerente agrícola Jorge Dutra.
A empresa pretende manter os investimentos?
Sim, a empresa pretende manter os investimentos.
“Adaptar as tecnologias a nossa realidade topográfica pode ser um caminho para tornar a atividade mais produtiva e o processo fabril mais eficiente e competitivo”, pontuou o diretor-superintendente da empresa, Marco Antônio Dourado.
Mão de obra
A mão de obra humana tende a ser substituída?
Para o diretor-presidente da Usina Ipojuca, Francisco Dourado, a introdução das colhedoras não substitui a mão-de-obra do cortador de cana.
“As inovações surgem para facilitar o trabalho humano. Nossa topografia não permite a substituição
da mão-de-obra humana pela mecânica como já acontece em regiões do Centro-Sul”, reforça.
A tendencia de novas adaptações?
Sim, novas adaptações.
“Uma ideia é trabalhar sem os transbordos, deixando a cana em montes de tamanhos maiores que a carregadeira convencional pode apanhar e finalizar a colheita”, afirma.
“As esteiras seriam colocadas na parte traseira das colhedoras para que essas sejam melhor aproveitadas
no Nordeste brasileiro.”