Gestão Administrativa

Logistica de Gestão da Qualidade Ambiental

Gestão Ambiental é uma ciência que surge para atender a uma necessidade premente do planeta Terra: garantir as condições de sobrevivência digna para todas as espécies, incluindo a do próprio ser humano. Para tanto, a Gestão Ambiental vem alinhando cada vez mais a sua identidade ao que podemos entender como Desenvolvimento Sustentável. Este nível de desenvolvimento é a principal premissa para que aquela garantia se efetive, dentro das condições que primam pela qualidade de vida que todos, sem exceção, almejam.

Promoveu-se um desequilíbrio tão acentuado nos ecossistemas terrestres, essencialmente no último século, que se tornou necessária e urgente a consolidação de diversas ciências que hoje formam a base de toda a Gestão Ambiental. Sua evolução tem sido muito rápida, suficiente talvez, para minimizar os impactos ambientais, porém, ainda longe de mitigá-los a um nível que gere sustentabilidade. O efeito nocivo do modelo atual de desenvolvimento que comprovadamente não será sustentado por muito mais tempo, é o vilão tacitamente disfarçado de conforto material.

Ao longo de milhares de anos o ser humano foi desenvolvendo mecanismos, métodos e sistemas para geração de bens e serviços com um padrão de Qualidade continuamente melhorado, porém, a consideração ambiental foi subvertida em função das idéias de que o desenvolvimento, a qualquer custo, seria necessário para o atendimento do conforto e felicidade da humanidade. Com a Nova Consciência que hoje emerge em função das avarias ambientais, muitas vezes irreversíveis, inicia-se um processo de junção das ciências de Gestão com o intuito de enriquecer os instrumentos daquilo que se pode denominar de Gestão Ambiental. Todo o conhecimento adquirido na Gestão da Qualidade, por exemplo, pode e deve ser aplicado, com a devida adequação, à Gestão Ambiental. Poderíamos chamar o casamento entre essas duas ciências de “Gestão da Qualidade Ambiental”.

Dentro de um Sistema de Gestão da Qualidade existe uma série de ferramentas amplamente utilizadas pelas organizações que se utilizam desse sistema para gerenciar seus negócios. Essas ferramentas são consagradas pelos resultados que proporcionam em termos de melhoria da Qualidade e da Confiabilidade dos produtos e serviços oferecidos ao cliente. Mas, como elas podem ser aplicadas à Gestão Ambiental? De uma forma bastante simples: como um Sistema de Gestão Ambiental utiliza o ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Act), selecionam-se as Ferramentas da Qualidade que fazem rodar o ciclo, aplicando-as às situações que se deseja controlar para gerar os resultados que atendam aos requisitos ambientais, tais como, atendimento à legislação, controle operacional, atendimento a emergências etc .

Pode-se citar, por exemplo, um plano de contingência desenvolvido por uma organização. Como assegurar a eficácia desse plano ou ao menos minimizar as chances de falha?Existe uma ferramenta da Qualidade denominada PDPC (Process Decision Program Chart) que identifica as principais atividades que compõem o plano de contingência, os possíveis problemas associados a essas atividades, levanta os principais riscos de ocorrência de tais problemas e determina as ações preventivas a serem implementadas para evitar sua ocorrência. Observa-se que, com o uso desta ferramenta, a probabilidade de sucesso do plano de contingência pode ser realmente potencializada, rodando, dessa forma, parte do ciclo PDCA. Outras ferramentas podem contribuir na localização de problemas ambientais e suas causas, auxiliar na sua solução e eliminação. Além disso, as ferramentas são de fácil aplicação, algumas exigindo apenas um entendimento de estatística básica.

Gestão Ambiental evoluiu muito rapidamente para um estágio que outras ciências levaram muitos anos para alcançar. Isto, graças a sua flexibilidade de adequar e incorporar o que há de melhor nas demais, especialmente na Gestão da Qualidade, da Saúde e Segurança Ocupacional e até mesmo da Responsabilidade Social. Desta forma, a tendência do gerenciamento de variáveis socioambientais, da qualidade e segurança ocupacional será realizado, cada vez mais, de forma integrada, mesclando os instrumentos inerentes a cada uma delas, com um propósito fundamental: produzir produtos e/ou serviços com a melhor qualidade e o melhor desempenho ambiental possível, respeitando o trabalhador e a comunidade na qual as atividades produtivas se inserem.

Roberto Roche;

Coordenador de QSMS

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