Plano de cooperação assinado nesta terça-feira (19/05) entre a presidenta Dilma Rousseff, e o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, prevê 35 acordos até 2021. Entre eles, está o que trata de estudos de viabilidade para construção de uma ferrovia para ligar o Brasil ao Oceano Pacífico, passando pelo Peru, chamada de Ferrovia Transoceânica.
“A ferrovia vai cruzar o país de leste a oeste, portanto, o continente, porque ligará o Oceano Atlântico ao Pacífico. É um novo caminho que se abrirá para a Ásia, reduzindo distâncias e custos. Um novo caminho que nos levará diretamente ao Pacífico, até os portos da China”, explicou Dilma, em declaração de imprensa, após a assinatura de acordos com o chinês.
A redução de distâncias e custos permitida pela futura ferrovia interessa muito ao setor sucroenergético brasileiro. Isso porque a China é um cliente potencial do açúcar de cana. Nos primeiros quatro meses do ano, por exemplo, os chineses foram o segundo maior importador de açúcar brasileiro, atrás apenas de Bangladesh.
Entre janeiro e abril, a China importou US$ 264,2 milhões FOB (até o porto) em açúcar brasileiro, alta de 14,20% sobre o volume do mesmo alimento importado nos quatro primeiros meses de 2014.
Portanto, se a logística menor e custos reduzidos impulsionarem esse mercado, o setor sucroenergético tem o que comemorar com o plano de cooperação assinado nesta terça.
O plano também tem data-limite, 2021, o que permite um horizonte sobre investimentos a serem feitos na futura ferrovia. Não se sabe, até a tarde dessa terça, quem irá operar o sistema ferroviário. Serão os chineses, uma estatal brasileira? Ou a gestão será entregue, através de parceria público-privado, para uma companhia do setor?
À espera de novos capítulos, a novela da ferrovia Transoceânica está apenas no início. E favorece, ao menos em parte, os negócios do setor sucroenergético.