A principal entidade representativa dos empresários produtores de açúcar, etanol e energia localizada no noroeste paulista, a Biocana, passou recentemente por uma reestruturação física e administrativa. Depois de 10 anos, a executiva, Leila Alencar Monteiro de Souza, que presidiu a Associação por 3 mandatos, deixou, em abril, as atividades estratégicas para atuar em outro setor. Atualmente, a profissional está dirigindo a Comunicação Corporativa da Paranapanema S.A., gigante do segmento de cobre, sendo a maior produtora não integrada de cobre refinado, vergalhões, fios trefilados, laminados, barras, tubos, conexões e suas ligas. A empresa é responsável por 100% do volume de cobre produzido no país. A companhia possui quatro plantas industriais, sendo uma produtora de cobre refinado (ou cobre primário) localizada em Dias d’Ávila (BA) e três de produtos de cobre e suas ligas – duas em Santo André (SP) e uma em Serra (ES). A logística de distribuição é realizada pela controlada CDPC – Centro de Distribuição de Produtos de Cobre -, com unidades na Bahia e no Rio de Janeiro.
De acordo com Leila, a mudança ocorreu num momento em quem o setor sucroenergético passa por grandes transformações. “Nos últimos anos, a recessão econômica afetou duramente muitas usinas e o número de empresas associadas encolheu. As indústrias tiveram que arcar com os altos custos de produção; as margens ficaram extremamente apertadas e o etanol não estava se mostrando competitivo em virtude do preço da gasolina, mantido ‘artificialmente’ por muito tempo. Além disso, choveu pouco nas últimas safras, fato que prejudicou a produtividade no campo. Toda esta situação, aliada a ausência de uma política pública de médio e longo prazo para o setor, provocou algumas rupturas no caixa de boa parte das usinas no país. Muitos postos de trabalho foram perdidos; companhias foram fechadas e, de uma maneira geral, outros setores, como a indústria de base, também foi fortemente afetado. Agora, o momento para muitas companhias é de adaptação ao novo cenário e também de recomeço, talvez de uma forma consolidada”, ressalta Leila.
Por outro lado, a ex-presidente destaca as importantes conquistas obtidas ao longo do trabalho à frente da Biocana. “Quando cheguei a Catanduva, percebi uma imagem bastante ‘arranhada’ do setor, visto por uma parcela da sociedade como assistencialista. Desmistificamos esta imagem, nos aproximamos de nossos pares, das comunidades do entorno e o setor passou a ser um parceiro da sociedade como um todo, amplamente reconhecido como gerador de empregos, impostos, desenvolvimento e atuante em processos sustentáveis. Isso foi muito gratificante. Entendo que, durante o tempo em que estive à frente deste projeto, sempre apoiada
pelas usinas que compunham a Biocana e por uma equipe competente, deixei um legado que foi a construção de uma nova imagem consolidada com ações práticas; participamos ativamente nas áreas de educação com a implantação de um polo da UFSCar para implantação do MTA, curso de especialização em gestão da produção industrial sucroenergética, execução do Programa Jovem Agricultor do Futuro, em parceria com o Senar e Sindicato Rural, atuação na área de saúde com doações feitas ao hospital Padre Albino, infraestrutura, meio ambiente, entre outras importantes ações que tanto contribuíram para o desenvolvimento da sociedade regional”, disse.
E completa: “Foi um período de grande aprendizado; tempo em que pude conhecer profundamente a cadeia produtiva e seus pares. Hoje, meu desejo é de que o setor sucroenergético se recupere o quanto antes e retome o caminho do crescimento, pois a agroindústria canavieira é muito importante para o país e sua matriz energética, dado ao seu potencial de produzir uma energia limpa e renovável, além de sua extensa contribuição social e ambiental. Tenho um enorme carinho por este setor onde fiz grandes amigos pessoais e profissionais. Aos empresários, colegas da imprensa, entidades e empresas parceiras, grupos de trabalho e, aqui, cabe um agradecimento especial ao Gerhai e aos demais grupos de estudos que tanto contribuem para a diferenciação da agroindústria canavieira, deixo meu agradecimento. A vida é assim: fecha-se um ciclo, inicia-se outro”, conclui.
Com a reestruturação da Biocana, o empresário Gilberto Colombo, assumiu a presidência e a sede da Associação também está em novo endereço: Rua 21 de Abril nº 466, Edifício Minas Center, 7º andar, sala 78, em Catanduva, SP.