O Conselho de Administração da Biosev, parte de sua nova gestão, acaba de aprovar uma revisão em seu Plano de Negócios. A ação inclui medidas operacionais, financeiras e estruturais que permitirão à companhia adequar melhor sua estrutura e atuação às atuais condições do mercado, fortalecer sua posição competitiva e assegurar, no curto prazo, um ritmo sustentável de geração de caixa livre e a geração de valor a todos os seus acionistas, segundo a empresa em nota.
“O Conselho de Administração e o acionista controlador têm plena confiança no time de gestão da Biosev”, lembra Claude Ehlinger, presidente do Conselho da Biosev e diretor financeiro da Louis Dreyfus Commodities Holdings.
Segundo ele, a empresa acredita que o plano de negócios revisto e aprovado por unanimidade pelo Conselho ajudará a Biosev a se tornar mais eficiente em suas operações agrícola e industrial e a maximizar a utilização de sua capacidade instalada.
“No plano financeiro, a companhia irá adotar as medidas para o alongamento do perfil da dívida ao mesmo tempo que buscará a redução da necessidade de capital de giro. Já no plano operacional, a Biosev vai implantar uma nova organização voltada à gestão dos recém-criados polos agroindustriais, com menos níveis hierárquicos, que permitirá à companhia agilizar e descentralizar o processo decisório, e implicará em uma redução de cerca de 20% no seu quadro executivo, afirma em nota a empresa.
A empresa informa ainda que o time de gestão estima um impacto negativo de R$ 740 milhões, líquido de impostos. Desse valor, cerca de 50% se refere a provisões de ativos de impostos diferidos e 47% a ativos fixos. Apenas R$ 20 milhões podem ter impacto sobre o EBITDA ajustado, com efeito sobre o caixa da companhia, valor derivado basicamente da hibernação da usina de Jardest.
O balanço financeiro da companhia para o período que se encerra em 31 de março de 2014, a ser divulgado de acordo com o calendário corporativo da Biosev, trará dados mais precisos sobre o impacto financeiro e tratamento contábil do novo Plano de Negócios. Além disso, com base no Plano de Negócios revisado e nas atuais condições de mercado, a administração estima que os ativos biológicos da companhia terão uma redução líquida de impostos em seu valor justo entre R$ 120 milhões e R$ 180 milhões.
Detalhes do plano
O plano de negócios prevê a criação do Polo Agroindustrial de Ribeirão Preto, composto pelas usinas Santa Elisa, Vale do Rosário, MB, Continental e Jardest, com o objetivo de melhorar a eficiência das unidades do polo e capturar mais sinergias entre elas, além de reforçar o foco da Biosev na região, uma das mais aptas para o desenvolvimento do setor sucroalcooleiro, e onde a empresa já tem uma posição de liderança; a hibernação da usina de Jardest e redirecionamento de sua cana-de-açúcar para outras unidades do polo, elevando a taxa de utilização de capacidade instalada da companhia; a indicação de um time de gestão exclusivo às unidades de Leme e Lagoa da Prata, garantindo total dedicação aos trabalhos de melhoria de desempenho dessas usinas independentes; a alocação seletiva do Capex da companhia, reduzindo os investimentos industriais discrecionários da empresa no curto prazo.