O endividamento do setor sucroenergético subiu 566% em uma década, levando-se em conta a cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide).
Entenda a seguir como o percentual foi apurado.
Os números são do Fórum Nacional Sucroenergético (FNS): em 2005, o endividamento do setor de usinas de cana-de-açúcar era de cerca de R$ 15 por tonelada de cana com uma Cide de R$ 0,28 por litro de gasolina.
Atualmente, com a Cide em R$ 0,10 por litro, o endividamento, de forma geral, subiu em média a até R$ 100 ou R$ 110 por tonelada de cana. A diferença entre R$ 100 e R$ 15 supera os 566%.
O tributo foi zerado em 2012. Em janeiro passado, o Governo Federal anunciou a volta da cobrança, em vigor desde maio.
O vai-e-vem da Cide ajudou a penalizar o setor sucroenergético. Renato Cunha, vice-presidente do FNS, afirma que, nos últimos cinco anos, a política de preços para o mercado de energia automotiva garantiu mais competitividade para a gasolina, estratégia que desequilibrou o mercado e provocou uma crise na cadeia produtiva do combustível ambientalmente limpo. Cerca de 80 usinas fecharam em todo o país.
Aumentar a Cide
Como alternativa para ajudar o Governo federal a levantar recursos federais diante a crise econômica, uma das discussões atuais gira em torno do aumento da incidência da Cide.
Na quarta-feira (16/09), representantes do setor sucroenergético de todo o país se reuniram o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em Brasília. O objetivo foi avançar na negociação para o aumento da Cide.
Segundo o presidente do FNS, André Rocha, e o vice, Renato Rocha, o ministro sinalizou que está procurando encontrar as condições para a elevação da Cide apenas da gasolina.
Mas, ressaltou que, antes da decisão final do Governo Federal, é necessário avaliar os níveis de inflação projetados para o ano de 2015 e uma articulação com a Petrobras, que tem a maior fatia no mercado da distribuição de combustíveis no Brasil.
Além de Rocha e de Cunha, participaram da reunião os presidentes da União da Indústria de Cana de Açúcar (Unica), Copersucar, Alcopar (PR), Siamig (MG) e da Frente Parlamentar Sucroenergética, deputado federal Sérgio Souza (PMDB-PR).