A cigarrinha da raiz infesta os canaviais de Pernambuco. Oriundo do norte do estado de Alagoas, o inseto se alastra na área canavieira de toda a zona da Mata Sul pernambucana, segundo a Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP).
Relatório da entidade apresenta resultado assustador: as perdas são estimadas em 15 toneladas por hectare infestado.
O ataque do inseto é destruidor: primeiro ataca a raiz e retira os nutrientes da planta. Em seguida as folhas secam e apodrecem. A cana que sobrevive perde a capacidade de reter açúcar.
A AFCP investe com foco no controle da praga.
O Departamento Técnico da entidade, por exemplo, aposta na produção de um fungo (Metarhizium anisopliae) para o controle biológico da Cigarrinha da Raiz (Mahanarva fimbriolata).
“Nosso associado está recebendo-o gratuitamente. O uso de práticas culturais de controle biológico permite a redução da população desta praga a um custo inferior ao obtido com o controle químico e sendo mais eficiente”, diz Paulo Giovanni, vice-presidente da AFCP e diretor do Departamento Técnico do órgão.
À venda para não associados
O fungo Metarhizium anisopliae também está à venda pela AFCP para os produtores não associados.
Em casos mais extremos da infestação e quando é necessário o uso de produtos químicos, o dirigente lembra ao produtores de cana que a Cooperativa de Agronegócios da entidade (Coaf) ainda comercializa produtos para este combate químico, sendo vendido a preços menores que os praticados pelo mercado, a exemplo do inseticida Actara. Pode-se consultar o Departamento Técnico sobre qual a melhor forma de controle.
No geral, Giovanni alerta que quando a praga já estiver em estado avançado, com efeito descontrolado no canavial, é recomendável usar o controle químico.
O agrônomo da AFCP, Ricardo Moura, alerta ainda para prejuízos com a Cigarrinha adulta. Causa injúria nas folhas, ou seja, provoca o sintoma conhecido popularmente como “queima da folha”.
Com isso, as deixam secas, diminuindo a produtividade e com perdas de ATR (taxa que mede o potencial de retirada de açúcar da planta e que serve de referência no setor canavieiro para a definição do seu valor financeiro) na colheita.
Moura explica que existem dois tipos de Cigarrinha (Raiz e da Folha), sendo comparativamente mais agressiva e de difícil controle a espécie que ataca a raiz, face a sua localização no solo, dificultando a eficiência do combate. “Enquanto a Cigarrinha da folha ataca justamente na parte superior da cana, também com prejuízos significativos”, diz o agrônomo.
Prejuízos
Alexandre Andrade Lima, presidente da AFCP, chama atenção para os prejuízos financeiros com a infestação desta praga.
Em valores médios, o dirigente, que também é agrônomo, garante que a Cigarrinha da Raiz causa perdas de aproximadamente 15 toneladas por hectare a cada corte de cana.
Esse montante, em muitos locais, atingem valores muito maiores. Além disso, provoca a perda com a redução do crescimento da cana. E interfere diretamente na redução da produtividade e do número de cortes do talhão atacado, causando desta forma grandes prejuízos.
Conteúdo produzido com material da assessoria da AFCP