O presidente da Cemig Mauro Borges admitiu nesta terça que a Cemig não consegue oferecer à indústria mineira contratos de longo prazo, e portanto, com tarifas melhores, em função da insegurança gerada pela disputa com o governo federal pelas usinas de São Simão, Jaguara e Miranda. “Como está não podemos comprometer a geração de energia destas usinas em contratos de longo prazo porque não sabemos se vamos mantê-las. Hoje, nós conseguimos fazer um contrato com qualquer indústria em Minas Gerais pelo prazo de cinco ou 10 anos, mas ela vai ser mais cara porque tenho que ir ao mercado comprar e vender esta energia”, explicou Mauro Borges durante entrevista coletiva sobre os resultados da Cemig no primeiro trimestre de 2015. O presidente salientou que “contratos de longo prazo são fundamentais”, e viabilizam alguns setores industriais do Estado.
Segundo Borges, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) não definiu um prazo final para a definição da disputa, o que seria positivo, já que o controle das usinas está nas mãos da Cemig via liminar. “Os ministros do STJ tiveram boa vontade de entender que é preciso tempo para chegar a um acordo que seja bom para todas as partes, o governo do Estado e a Cemig, a União e o próprio Tribunal”, declarou. Ele acredita que a negociação ainda consome boa parte do segundo semestre de 2015.
Outra demanda da indústria, a diminuição do ICMS da energia elétrica, segundo Borges, ainda vai demorar. “Seria uma irresponsabilidade um governo com um déficit orçamentário de R$ 7 bilhões reduzir o ICMS como primeira medida. É um compromisso para um mandato”, afirmou o presidente.
Sem perspectiva de redução do ICMS, Mauro Borges citou a inclusão de 235 mil famílias mineiras na tarifa social como uma “boa notícia” na busca por tarifas mais baixas. “Foi uma ação conjunta entre a Cemig e o governo do Estado em que incluímos essas residências no cadastro do governo federal da tarifa social. Elas tinham o direito mas não recebiam, são quase um milhão de pessoas”, explicou.
Investimentos
Segundo semestre. Mauro Borges afirmou que estudos de aquisição de distribuidoras pela Cemig só poderão ser realizadas no segundo semestre de 2015 ou no ano que vem.
Reajuste também garantiu lucro
A Cemig justificou o bons resultados no primeiro trimestre de 2015, com aumento do lucro líquido de 18,8% na comparação com o mesmo período de 2014, em função dos reajustes tarifários, foram três só em 2015, a consolidação da Gasmig e projetos bem sucedidos.
Os projetos citados foram a Aliança, empresa de energia em parceria com a Vale, e o consórcio com a Light, que venceu o leilão da Usina Itaocara. Só a Aliança já rendeu à Cemig R$ 735 milhões no primeiro trimestre de 2015.
(Fonte: Jornal O Tempo)