Gestão Administrativa

Brasil é o 1º a calcular emissões de gases de feito estufa no campo de forma confiável

Brasil é o 1º a calcular emissões de gases de feito estufa no campo de forma confiável

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Nessa quinta-feira, dia 29 de maio, o World Resources Institute (WRI) lançou em São Paulo o primeiro guia para cálculo de emissões na agropecuária e ferramenta do GHG Protocol Agropecuário. Por isso, o Brasil será o primeiro país do mundo no qual empresas e produtores rurais poderão calcular suas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e criar metas de redução de forma confiável. A ferramenta desenvolvida nos dois últimos anos em parceria com Embrapa e Unicamp,  já está sendo testada e utilizada por grandes empresas como Bunge, JBS e AMaggi. “O Brasil como grande país agroexportador tem agora à sua disposição instrumentos para apoiar seus empresários a planejar ações para redução de emissões de gases de efeito estufa. Eles serão mais competitivos num mercado cada vez mais exigente, que quer sustentabilidade na produção de alimentos”, afirma Rachel Biderman, diretora do WRI Brasil, prevê.

O GHG Protocol do WRI já é a metodologia mais utilizada em diversos países para mensurar, monitorar e produzir relatórios de emissões de GEE na indústria. Mais de 120 empresas usam o GHG Protocol no Brasil para divulgar anualmente inventários de emissões do setor industrial.

Segundo Marcio Nappo, diretor de Sustentabilidade da JBS, quinta maior empresa do país, o desenvolvimento de uma ferramenta adaptada à realidade brasileira vai garantir a consistência e a precisão dos cálculos de emissão do setor agrícola e do agronegócio como um todo.

O pesquisador da Embrapa, Eduardo Assad, ex-Secretário de Mudanças Climáticas, explica que a partir da redução do desmatamento na Amazônia, as emissões de gases de efeito estufa da agricultura tomaram uma grande dimensão no Inventário Nacional.

A adoção da ferramenta de cálculo, de acordo com Assad, será um passo para a certificação dos produtos brasileiros, permitindo até reduzir futuras imposições de barreiras ambientais não tarifárias. “Nosso produtos poderão ficar mais competitivos e com selo ambiental. O mundo caminha nessa direção e este é o primeiro GHG Protocol para a Agropecuária. Uma imensa oportunidade para a agricultura brasileira, principalmente a de baixa emissão de carbono”.

Biderman ressalta que nem só empresas serão treinadas para usar a ferramenta de cálculo. “Produtores rurais também poderão receber treinamento e utilizar a ferramenta, o que pode impulsionar o projeto de Agricultura de Baixo Carbono (ABC) do governo federal”.

A plataforma e a metodologia do GHG Protocol Agropecuário são livres e gratuitas, como no GHG Protocol.