O preço da energia elétrica deve subir 49,2% neste ano, segundo estimativa divulgada pelo Banco Central nesta quinta-feira (10). A previsão consta da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) – realizada na semana passada, que manteve os juros básicos da economia estáveis em 14,25% ao ano. Em julho, a previsão do BC era de uma alta maior para a energia neste ano: de 50,9%.
A estimativa de alta no preço da energia elétrica em 2015 reflete do repasse às tarifas do custo de operações de financiamento, contratadas em 2014, da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).
O governo anunciou, no início deste ano, que não pretende mais fazer repasses à CDE – um fundo do setor por meio do qual são realizadas ações públicas – em 2015, antes estimados em R$ 9 bilhões. Com a decisão do governo, as contas de luz dos brasileiros podem sofrer em 2015, ao todo, aumentos ainda superiores aos registrados no ano passado.
Custo de produção maior
O custo de produção de eletricidade no país vem aumentando principalmente desde do final de 2012, com a queda acentuada no armazenamento de água nos reservatórios das principais hidrelétricas do país.
Para poupar água dessas represas, o país vem desde aquela época usando mais termelétricas, que funcionam por meio da queima de combustíveis e, por isso, geram energia mais cara. Isso encarece as contas de luz. Entretanto, também contribui para o aumento de custos no setor elétrico o plano anunciado pelo governo ao final de 2012 e que levou à redução das contas de luz em 20%.
Para chegar a esse resultado, o governo antecipou a renovação das concessões de geradoras (usinas hidrelétricas) e transmissoras de energia que, por conta disso, precisaram receber indenização por investimentos feitos e que não haviam sido totalmente pagos até então. Essas indenizações ainda estão sendo pagas, justamente via CDE.
Gasolina, gás de cozinha e telefonia
Para a gasolina, o Banco Central estimou um aumento de 8,9% em 2015 – patamar um pouco inferior ao apontado em junho deste ano, na reunião anterior do Copom. Na época, o BC projetava uma alta de 9,2% para a gasolina em todo este ano.
No começo deste ano, o governo anunciou aumento da tributação sobre a gasolina, por meio da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), do PIS e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Essa alta foi repassada para os preços.
O Banco Central estimou ainda, na ata do Copom divulgada na manhã desta quinta-feira, que o preço do gás de cozinha deve ter um aumento de 15% neste ano (contra a previsão anterior, feita em junho, de um aumento de 4,6%). Recentemente, a Petrobras anunciou um reajuste do preço do gás de cozinha.
Para a telefonia fixa, a expectativa da autoridade monetária é de uma queda de 3,5% em 2015 (em julho, o BC estimava uma queda menor, de 3%).
Com a alta da tributação sobre gasolina e fim de repasses para a conta de luz, o Banco Central informou que prevê, para o conjunto de preços administrados (como telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas de ônibus, entre outros), um aumento de 15,2% neste ano. Em junho, a estimativa era de uma alta de 14,8% em 2015.
(Fonte: G1)