Gestão Administrativa

Apesar da crise, usinas vão investir mais em logística

Apesar da crise, usinas vão investir mais em logística

2004-06-17 Transbordo Cana (2)
O setor sucroalcooleiro vive a maior crise de sua história. Nas últimas cinco safras, 44 usinas fecharam, 25 delas em São Paulo. Outras 33 usinas estão em recuperação judicial e 12 unidades não vão moer cana este ano. A avaliação e os números foram novamente destacados por Elizabeth Farina, presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), que afia o discurso às vésperas de receber na próxima segunda-feira os três principais pré-candidatos à presidência da República, em evento do setor sucroalcooleiro em São Paulo.

Mesmo com toda essa crise, em 2012, o segmento sucroenergético investiu mais de R$ 4 bilhões em renovação e expansão de canaviais, em um esforço para recuperar a produtividade e aumentar a oferta da cana. Nas últimas seis safras, os investimentos na região Centro-Sul em equipamentos agrícolas para acelerar o fim da queima nos canaviais somaram R$ 4,5 bilhões.

Também houve aportes em armazenagem de etanol e em escoamento da produção – sendo US$ 1,5 bilhão em ferrovias, terminais, transbordos e armazéns. Até 2017, a Unica estima que outros US$ 3,5 bilhões sejam investidos em dutos e hidrovias para desenvolvimento da logística de distribuição e exportação do etanol.
“Apesar da crise, esses investimentos são impressionantes. O que mostra que há comprometimento do segmento com o futuro, mas antes é preciso sobreviver a este período”. Segundo Elizabeth Farina, ainda dá tempo de virar o jogo, desde que o governo torne isso prioritário e considere o combustível renovável estratégico para a matriz energética.

Além de questões macroeconômicas que desaceleraram a economia global, o etanol foi afetado por políticas internas, como a redução a zero do tributo sobre a gasolina (Cide), que tirou competitividade do combustível renovável, lembra Elizabeth. “A competitividade do etanol tem que ser valorizada por aspectos que não estão incluídos no preço, por meio de política tributária diferenciada”, afirmou.

(Fonte: Valor Econômico)