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Adoçante artificial pode “amargar” o organismo, segundo pesquisa

Adoçante artificial pode “amargar” o organismo, segundo pesquisa

Os adoçantes artificiais podem aumentar os níveis de açúcar no organismo, ao invés de ajudar no controle ou na perda de peso. Essa foi a conclusão dos pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciência, de Israel. Com exceção de diabéticos, a pesquisa foi realizada em ratos e em pessoas, que consumiam regularmente sucralose, aspartame ou sacarina. A conclusão dos pesquisadores foi que os adoçantes artificiais não são processados no estômago, vão direto para o intestino e podem causar um desequilíbrio na flora intestinal. Por ainda não haver uma conclusão definitiva, pretendem ampliar o estudo. Nessa disputa por mercado, o açúcar da cana tem conquistado adeptos no mundo todo ao longo de sua história de aproximadamente seis mil anos.

No Brasil, quase 70% da população consome açúcar mais de uma vez por dia, 88% afirmam gostar do produto e apenas 26% das pessoas evitam ingeri-lo. Esse é o resultado de uma pesquisa “O que pensa e como age o brasileiro em relação ao consumo de açúcar”, realizada pelo Instituto Análise para a 4a edição do Encontro de Clientes Copersucar.
A pesquisa do Instituto Análise entrevistou mil pessoas em 70 municípios de 22 estados. Em relação à alimentação e saúde, 82% preferem alimentos normais aos que têm rótulos diet e light; 74% não realizam nenhum tipo de dieta alimentar; 42% entendem que a melhor maneira de manter a forma é a mudança de hábitos e reeducação alimentar.

A nutricionista Flávia Souza em suas atividades na Usina

Segundo a nutricionista, Flávia Cristina de Souza, da Usina Pitangueiras, o açúcar faz bem à saúde porque é uma fonte de cálcio, ferro, potássio, sódio, magnésio e de vitaminas do complexo B. “Esses são nutrientes essenciais para o crescimento saudável e alimentação balanceada da criança e do adolescente”, diz.
Segundo ela, é também a forma mais rápida de fornecer glicose para o corpo, componente essencial para o funcionamento do cérebro, da retina e dos rins. “O açúcar quando ingerido em quantidades moderadas auxilia na proliferação de Bifdobactérias e dos Lactobacillus sp. Essas bactérias compõem a flora intestinal do organismo humano e contribuem para a eliminação de bactérias maléficas como a Escherichia coli e Clostridium”, reforça.

De acordo com ela, as principais diferenças nos tipos de açúcar aparecem na cor, no gosto e na composição nutricional de cada tipo. “A regra básica é quanto mais escuro, melhor”.
Ela adverte que todo excesso é prejudicial à saúde, mas o açúcar é ótimo para fornecer energia e conservar alimentos industrializados. “Não existe uma quantidade ideal de açúcar que deve ser consumido, recomenda-se que não ultrapassem 10% do valor calórico total de uma refeição. O açúcar é como a gasolina do organismo, é de rápida absorção e é convertido em energia assim que chega à corrente sanguínea”, revela.

Carlos Caserta, gerente industrial da Usina Rio Pardo, que acompanha de perto a produção diariamente ressalta seu fator ambiental e econômico. “Por ser origem da cana-de-açúcar, o açúcar tem grande importância em nosso dia a dia, na contribuição da proteção da camada de ozônio, e apresenta-se como fator primordial para economia brasileira, gerando empregos, impostos para cidades, governos e divisas para país, através das exportações”, lembra.

Tudo começou no Nordeste

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Engenho antigo da Mata Sul de PE

O açúcar brasileiro da cana-de-açúcar alterou a dieta alimentar do mundo europeu. Até o século XVI, o produto que era vendido em boticas como remédio ou parte de heranças reais, passou a ser utilizado em larga escala e caiu no gosto popular. Mas nem todos sabem que o caminho do açúcar até o Brasil foi longo, já que há cerca de seis mil anos os chineses começaram a extrair o açúcar da cana. Porém, foi nas terras nordestinas onde se consagrou.

Um dos herdeiros dos engenhos de açúcar no Nordeste é Gerson Carneiro Leão, produtor de cana e presidente do Sindicape (Sindicato dos Cultivadores de Cana no Estado de PE), que carrega no sangue, as doces lembranças e histórias que seu pai contava. Diz a história que a família de senhores de engenho Souza Leão era tão numerosa que os diversos ramos que se bifurcaram passaram a ser identificados pelos nomes dos seus engenhos, como verdadeiras dinastias do açúcar. O ramo Novo da Conceição foi fundado pelo capitão Manuel Tomás de Souza Leão, senhor do engenho do mesmo nome de Cabo de Santo Agostinho (PE).

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Rapadura, uma das especiarias mais originais do NE

“O açúcar representa minha vida, minha família e meus antepassados que vieram de Portugal e se tornaram produtores de açúcar em Pernambuco, ainda nos antigos engenhos na região de Cabo de Santo Agostinho, Mata Sul do Estado. Hoje infelizmente, devido a grande concorrência e a superprodução, o açúcar está com preços baixos e um pouco desvalorizado no mercado, mas não deixa de ser importante para o país com seus mais de 500 anos de história”, lembra.

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O canavieiro Gerson Leão fala com carinho dos antepassados

Segundo ele, o açúcar levou pujança e desenvolvimento aos estados do Nordeste e gerou muitos empregos. “Nos tempos áureos poderia ser comparado com o ciclo do café em São Paulo devido sua importância mercadológica. Vivemos anos de glórias com o açúcar”, reforça.

Renato Cunha, presidente do Sindaçucar de Pernambuco, enfatiza que o açúcar acarreta um consumo mais prazeroso e saudável. “Remete-nos à infância, com a doçaria do Nordeste, nas guloseimas juninas e no prazer das receitas de família. Tentar demonizar o açúcar é perda de tempo, pois inúmeros antropólogos, médicos e pesquisadores sabem de suas qualidades como antídoto para infecções e grande fornecedor de vitamina, prevenindo doenças e até cegueira. É amplamente consumido em diversos países do globo, não fazendo sentido campanhas difamatórias desprovidas de consistência científica”, revela ao lembrar da possível rotulagem negativa ao produto.