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Acordo com Irã penaliza o etanol brasileiro

Acordo com Irã penaliza o etanol brasileiro

Comemorado por lideranças políticas mundiais, o acordo fechado em 13/07 entre Irã e o grupo chamado P5+1 (Estados Unidos, China, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha) tem por objetivo limitar o programa nuclear de Teerã, em troca de alívio das sanções internacionais ao país do Oriente Médio.

Embora precise do aval dos congressistas americanos, que têm 60 dias para votar, o acordo já é tema de desconforto entre analistas do setor sucroenergético.

Durante o VII Simpósio de Tecnologia de Cana-de-Açúcar, promovido pela Esalq entre a quarta-feira (15) e esta sexta (17/07) em Piracicaba, o acordo Irã-P5+1 foi assunto de conversas entre os profissionais presentes, e também de palestrantes.

Um desses palestrantes, diretor de consultoria do setor, advertiu que com o acordo o Irã tem condições quase imediatas de ampliar sua produção de petróleo. E, uma vez inserido no mercado internacional, essa produção fará o preço da matéria-prima da gasolina despencar. 66-7(4)

O reflexo de um possível despencamento de preços do barril de petróleo será quase que imediato no mercado de etanol, que vive fase galopante de consumo, com média de 1,5 bilhão de litros mensais consumidos este ano no país.

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A avaliação é a de que esse consumo, que avança por conta do preço competitivo diante o da gasolina, seja refreado tão logo o valor do derivado de petróleo recue nos postos de combustíveis. E esse recuo só depende da queda do barril no mercado internacional.

Na máxima, o preço do barril de “light sweet crude” (WTI) para entrega em agosto, em queda desde o início do mês, estava nesta quinta-feira (16/07) em 52,17 dólares na Bolsa de Nova York (Nymex).

Produção do Irã

Considerando que o Irã tem a quarta maior reserva de petróleo do mundo – estimada em 150 bilhões de barris – e a segunda maior reserva de gás natural do planeta, o potencial é gigante.

Hoje o Irã produz 2,85 milhões de barris de petróleo por dia. Bijan Zanganeh, ministro do Petróleo local, já anunciou que o país elevará a produção em 1 milhão de barris quando as sanções forem suspensas.