Quais são os três pilares para obter eficiente planejamento de adubação foliar na cana-de-açúcar?
Emídio Cantídio Almeida, professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRP), destaca quais são esses pilares.
Ele prestou as orientações durante palestra na quarta-feira (04/03), no auditório da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), em João Pessoa (PB).
JornalCana destaca a seguir os três pilares:
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A fonte
Ela diz diz respeito aos nutrientes importantes de acordo com a análise da planta e do solo e quanto tempo leva para a absorção de cada um deles;
2
A época
Mostra a influência da radiação durante os meses do ano;
Segundo o especialista, tem diferença fazer a suplementação foliar durante os meses também em que se tem pouca iluminação solar, como são os meses de maio até agosto.
Como a palestra foi feita em João Pessoa, as informações estão focadas nos produtores de cana desse estado, mas as recomendações servem para todo o setor.
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A quantidade
Refere-se ao balanço de cada nutriente em cada momento em que vai fazer a suplementação de adubo.
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Impacto da radiação no crescimento
“A planta não cresce nos meses de maio, junho, julho e agosto porque a radiação é baixa”, explica o professor na palestra na Asplan.
Segundo ele, as temperaturas e a luminosidade, que são importantes aliados nessa fase, sofrem um decréscimo, então, é importante fazer a suplementação.
“Assim, temos janeiro e fevereiro, que se faz normalmente. No entanto, temos muita chuva e a planta sofre com a lixiviação”, salientou.
“Depois, importante fazer uma suplementação foliar novamente. O ideal é observar sua planta. A partir de março já começa a cair a luminosidade”, lembra.
“Após isso, outra, terceira adubação é bom que se faça 45 dias antes da colheita, entre junho e julho do ano seguinte.”
Ele recomenda três suplementações.
“Ela precisa ter folhas verdes, colmos novos. Você poderá sair de 8 toneladas para 10 toneladas tranquilamente.”
“Não comprar apenas pelo preço”
A palestra, intitulada “Manejo Nutricional em cana-de-açúcar”, abordou a suplementação de adubação via foliar em várias etapas do cultivo.
Essa é uma técnica cultural já difundida na agricultura e que se apresenta como a alavanca para se atingir altas produtividades.
Segundo Cantídio, tudo começa com a devida e necessária análise do solo e análise foliar a fim de detectar e corrigir as deficiências apresentadas pela planta.
“Antes de comprarem os produtos para realizar a adubação, ou seja, as fórmulas, primeiro faça a análise para saber exatamente de que se precisa”, disse.
“Tem que se cobrar a análise foliar para se fazer o planejamento e não comprar apenas pelo preço.”
“Se for feito assim, vocês não estarão estimulando o crescimento da planta”, destaca.
Ele lembra que cada fabricante tem uma técnica e, muitas vezes, dão prioridade a nutrientes diferentes.