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2020 não terá El Niño e será um ano bom de chuvas, afirma o meteorologista Luis Molion

Ele fez palestra no auditório da Asplan, em João Pessoa (PB)

Foto: Divulgação/ASPLAN
Foto: Divulgação/ASPLAN

2020 não registrará fenômenos como o El Niño e, assim, será um ano bom de chuvas, o que favorece a cana-de-açúcar.

A previsão é do  professor e pesquisador da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) Luiz Carlos Baldicero Molion.

Ele é  bacharel em Física pela USP, PhD em Meteorologia pela Universidade de Wisconsin (USA) e pesquisador aposentado do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE/MCT).

Molion fez palestra em 19/02 no auditório da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), em João Pessoa (PB).

JornalCana destaca a seguir trechos da palestra de Molion, cujo tema é  “Perspectiva do clima para 2020 e sua tendência para os próximos 10 anos”.

Boa notícia para o agro na Paraíba

Molion trouxe boas noticias para quem vive da agricultura na Paraíba, dentre elas, a que não haverá fenômenos como o El Niño em 2020, ou seja, será um ano de boas chuvas.

É que os oceanos estão, na realidade, resfriando-se devido a uma oscilação natural de temperatura das águas.

Molion prevê um período de seca severa apenas em 2034.

“Estamos muito honrados de ter o pesquisador e professor Molion aqui conosco para que possamos ter uma perspectiva do nosso cenário hoje e para um futuro próximo. O produtor precisa de informação e clima é uma questão que nos afeta diretamente”, afirma José Inacio de Morais, presidente da Asplan.

comentou José Inácio, acrescentando que o tema é importante para que se desmistifique as informações que sempre existem acerca do aquecimento global e que impõem uma série de medidas à classe produtora que impactam diretamente na economia do país.

Aquecimento global

Não é novidade que o aquecimento global é um tema que vem moldando a política energética mundial.

O dióxido de carbono (CO²) é apontado por um amplo time de cientistas como um dos responsáveis pelo aumento da temperatura no planeta e há em todo o mundo um movimento para eliminar ou diminuir o uso dessas fontes.

Contudo, Molion é um dos especialistas que contestam a relação entre o CO² e a elevação dos termômetros.

Em sua palestra, ele apresentou seus argumentos.

“2019 foi o primeiro ano em que a taxa de CO² na atmosfera não aumentou.

Imagine o efeito da cerveja choca. Quando está gelada ficam os gases ali em cima. É o CO².

Quando está quente, fica sem o gás. Isso porque ela quente, libera o gás.

Ou seja, no oceano também é assim.

Ele quente, libera o CO² produzido, inclusive, pelas algas e quando frio ele aprisiona o gás.

Então, não é o gás que aquece, mas o aquecimento que libera o gás”, explicou Molion.

Oscilação natural

O pesquisador afirmou que existe uma oscilação natural baseada nos dados históricos.

E que, coincidentemente, todas as vezes em que o Pacífico se esfria ou se aquece, há um resfriamento ou aquecimento da temperatura do ar.

Agora, por que as águas do Pacífico variam de temperatura?

A resposta pode estar na formação de nebulosidade.

Segundo Molion, o sol deve entrar em um mínimo de atividade a partir de 2020.

Ele foi registrado no final do século 18 e início do século 19.

Também foi verificado o final do século 19 e início do século 20.

Ocorre que, com o sol em baixa atividade, seu campo magnético também reduz e a terra deixa de ser protegida.

Isso permite que uma maior quantidade de partículas de alta energia entrem na atmosfera, chocam-se e funcionando como núcleos de condensação, contribuindo para aumentar a cobertura de nuvens.

‘Planeta vai esfriar’

“Quando a quantidade de nuvens é maior, ela funciona como uma cortina, impedindo que radiação entre no planeta. O que temos é a perspectiva de que nos próximos 10 a 12 anos o planeta vai esfriar”, disse Molion.

Ele destaca que desde 1983, que estimam a cobertura de nuvens. O que foi observado foi que a cobertura global de nuvens diminuiu de 1983 até 1999/2000, quando se chegou a um mínimo e a terra aqueceu.

“Agora, ele está resfriando e os próximos 10 anos serão de mais chuvas em volume – 2.060 a 450 mm/ano na Paraíba, e menos dias de chuva,”, comentou.

Afirmações polêmicas

O presidente da Associação Brasileira de Meteorologia, Rômulo da Silveira, afirmou que as previsões de Molion são acertadas e que ele é um profissional respeitadíssimo.

“São polêmicas as suas afirmações porque existe um discurso midiático por trás do que Molion combate e que baliza tudo no sentido de politicas públicas conservadoras”, disse.

“Mas, elas estão limitando o nosso desenvolvimento econômico, nossa agricultura fica engessada com base em especulações de que o CO² aumenta a temperatura. Isso é mito.”

Previsões 2020

Sendo assim, o pesquisador contesta, por exemplo, o aparecimento do fenômeno El Niño em 2020.

Ele identificou que o Pacífico está neutro agora e que existem 64% de chance de assim continuar.

Os erros de previsão, segundo ele, acontecem, porque os modelos aplicados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) possuem lacunas e fragilidades no seu rigor científico.

E servem mais a interesses geopolíticos e econômicos.

“Durante todo o período chuvoso da Paraíba, que vai de abril até julho, teremos o Pacífico neutro”, frisou Molion.

De acordo com seus dados, em 2020, a média de chuvas na Paraíba será de 1.600 mm/ano podendo até ficar acima dessa média em 10%, segundo sua dinâmica de observação por similaridade.

Os meses de janeiro e fevereiro de 2020 choveram um pouco, segundo Molion, devido ao inverno dos Estados Unidos, em que a massa polar chega ao Nordeste brasileiro.

O mês de março deve ficar só uns 60 mm acima da média. “Como 2019 foi um ano excepcionalmente seco, o solo ainda tem um déficit de umidade de 8 a 10 mm.

Já março deve ser um mês melhor. Deve chover, inclusive, acima da média. Esse ano de 2020 é um ano parecido com 2003”, frisou.

Em abril, o produtor também pode aguardar um mês bom de chuvas.

Maio em torno da média para o período. Julho com chuvas abaixo da média e julho um pouco acima. Já a partir de agosto até dezembro a tendência é redução da precipitação, como todos os anos.

Seca severa só em 2034

Para finalizar sua palestra, Carlos Molion deixou alguns recados.

Ele afirmou que a tendência para os próximos 10 anos é de que haja um aumento na média de chuvas.

“A tendência não é passar por seca severa. Será um pouco mais de chuva e a volta das trovoadas. A 92% das trovoada entre dezembro e março. Trovoada, ventos fortes. Nos invernos pode ter até uma nevoa com orvalho. O pacifico resfriando, os nossos amigos fora dos trópicos vão sofrer”, salientou.

Ele prevê uma seca mais severa apenas em 2034.

Como as questões ligadas ao aquecimento global são cíclicas, não há motivo para politicas públicas restritivas, de acordo com Molion.

O modelo de gestão da questão ambiental pode estar impedindo regiões do país de se desenvolverem com legislações restritivas que se comprometem com metas internacionais.

Com conteúdo da assessoria da Asplan.