Mercado

Açúcar/etanol: setor tem espaço para crescer 40% em três anos

O setor sucroalcooleiro tem espaço para crescer quase 40% em três anos. A previsão é do especialista em etanol Luciano Soares de Souza, professor da Fatec de Lins (interior paulista).

“Entre 2012 e 2013, o mercado projetado é de 685 milhões de toneladas, sendo dois terços para o consumo interno – um mercado seguro devido aos carros flex”, informa Souza, que aponta ainda como perspectiva os acordos de exportações com o Japão, “um mercado promissor e certo”.

A produção de etanol prevista para 2012-13 é de 35,7 bilhões de litros, 7 bilhões destinados à exportação. Para atender a essa expansão, o Centro-Sul (Estados do Sudeste e Centro-Oeste) planeja 77 novas unidades de produção, e investimento de US$ 14,6 bi.

Aproveitando essas boas perspectivas em meio a um cenário de crise global, o Estado de São Paulo, que responde por 60% da produção nacional, investe em qualificação de profissionais, novas tecnologias e instalação de mais usinas.

No noroeste paulista, Araçatuba já é considerada como a mais nova fronteira da cana, com 8% da produção paulista. A pioneira Piracicaba (que começou nos anos 50) é responsável por 12% do volume de cana no Estado, enquanto a maior produtora atualmente, Ribeirão Preto, concentra 25%. Essas três regiões paulistas contam com um curso superior inédito e gratuito, o de Bioenergia sucroalcooleira. Com três anos de duração, é ministrado nas Fatecs de Araçatuba, Piracicaba e Jaboticabal (região de Ribeirão Preto).

O curso recém-criado de Técnico em Produção de Cana de Açúcar forma, durante um ano e meio, profissionais que gerenciam e executam atividades desde o preparo do solo até a colheita, passando pela movimentação de máquinas no campo. A primeira turma começou as aulas em fevereiro, nas Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) de Andradina e Penápolis, localizadas na região de Araçatuba – onde o aumento da produção mais que dobrou entre 2000 e 2007, passando de 8,8 milhões de toneladas de cana para quase 21 milhões.

Ribeirão Preto, a líder em números absolutos, produz 66,6 milhões de toneladas (contra 25,8 milhões no início dos 2000). Outra região que começa a se destacar no setor é São José do Rio Preto, com o maior aumento de produção em toneladas de cana: de quase 582 mil em 2000/01 para 9,2 milhões em 2006/07.

Votuporanga, na região de Rio Preto, começa no segundo semestre uma qualificação com o intuito de preparar os trabalhadores do campo para mexer com equipamentos sofisticados, como plantadeiras e colheitadeiras que utilizam GPS, além de caminhões-pipa, arados, treminhões. Num primeiro momento o público-alvo será o pessoal que já trabalha nas usinas, e em seguida, capacitar nova mão-de-obra para a mecanização crescente da agroindústria.

O setor sucroalcooleiro movimenta anualmente US$ 68 bilhões, o que representa 7,5% do PIB nacional e 27% do agronegócio. É a área que mais gera empregos diretos e indiretos – cerca de 4 milhões, o maior número de carteiras assinadas de toda a agricultura.

Entre os alunos formados pelas Etecs, a empregabilidade é de 91% no curso técnico de Açúcar e Álcool, segundo levantamento mais recente do Sistema de Avaliação Institucional do Centro Paula Souza. O técnico em Açúcar e Álcool faz o meio-de-campo entre o engenheiro químico e o operador de produção, controlando os processos de fabricação nas usinas. A remuneração média é de 3 salários-mínimos para os técnicos.

As informações partem da assessoria de imprensa do Centro Paula Souza, do governo do Estado de São Paulo.

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