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Açúcar: Spread maio/julho volta a aumentar com oferta apertada

Açúcar: Spread maio/julho volta a aumentar com oferta apertada

Os futuros de açúcar demerara voltaram a fechar em alta ontem na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), no quinto pregão consecutivo de ganhos. O sentimento no mercado é de que a oferta no curto prazo será menor do que a inicialmente prevista, refletindo as chuvas em excesso no Centro-Sul do Brasil. Como resultado, o spread maio/julho, que vinha se estreitando, voltou a aumentar, com o primeiro contrato da tela registrando valorização mais expressiva.

Em meados de fevereiro, o spread chegou a apontar prêmio de oito pontos para julho, mas de lá para cá se inverteu, chegou a 3 pontos no início do mês e agora já está em 15 pontos de prêmio para maio. A diferença, contudo, segue bem menor do que a de 76 pontos para o primeiro contrato observada no começo de dezembro.

Ontem, já foram registradas algumas chuvas em áreas produtoras de São Paulo, mas a expectativa é de que os volumes maiores fiquem para esta quarta-feira. Nos próximos dias, podem cair até 150 mm no Centro-Sul do País. Dessa forma, às vésperas do início oficial da safra 2016/17, o setor sofre novamente com precipitações em excesso causadas pelo El Niño – e atrasos na colheita tendem a ocorrer.

De resto, participantes atentam para o déficit projetado para este ano e o câmbio no Brasil – embora este último tenha perdido força como “formador” de preços porque as fixações para 2016/17 já alcançam mais de 70%. Ontem, a moeda norte-americana ficou em R$ 3,5948 (-0,59%).M

Maio avançou 29 pontos (1,78%) e terminou a terça-feira em 16,58 cents/lb, com máxima no dia de 16,60 cents/lb (mais 31 pontos) e mínima de 16,13 cents/lb (menos 16 pontos). Julho subiu 24 pontos (1,48%) e encerrou em 16,43 cents/lb. O spread maio/julho variou de 10 para 15 pontos de prêmio para o primeiro contrato da tela.

Com a movimentação, o primeiro suporte foi para os 16,50 cents/lb, ao passo que a resistência inicial subiu para os 16,60 cents/lb.

João Paulo Botelho, da INTL FCStone, pondera, no entanto, que o mercado pode estar sobrecomprado. Em sua avaliação, há espaço para alguma correção, em breve. Na semana encerrada em 15 de março, o saldo comprado era de 141 mil lotes, maior posição desde 26 de janeiro.

O Indicador de Açúcar calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) fechou a terça-feira em R$ 21,31/saca, baixa de 0,18%. Em dólar, ficou em US$ 21,31 (+0,38%).

Fonte: (Agência Estado)

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