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Açúcar: Mercado se recupera e pode retomar nível de 16 cents

Os contratos futuros de açúcar demerara se recuperaram ontem na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), se aproximando do nível de 16 cents. Fundos de investimento defenderam a posição comprada, sustentando o mercado.

Os futuros de demerara ignoraram ontem a alta do dólar em relação ao real, que tende a pressionar para baixo as cotações. A moeda norte-americana chegou a subir pouco mais de 4% por volta do meio-dia, depois que o presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), anunciou a anulação de todas as sessões que levaram à admissibilidade de abertura de processo de impeachment da presidente Dilma. Depois, com a percepção de que a medida não deve se sustentar, a moeda devolveu grande parte dos ganhos. Encerrou o dia a R$ 3,5249, alta de 0,61%.

No exterior, o índice do dólar também subia, ainda refletindo a perspectiva de que o Federal Reserve (FED, banco central dos EUA) não deverá elevar a taxa de juros no curto prazo. A força do dólar pressionou o petróleo e o cobre, entre outras commodities.

O diretor da Archer Consulting, Arnaldo Luiz Corrêa, informou em relatório semanal que os fundos de investimento estão muito comprados e nunca se sabe em que momento (nível de preço) as vendas acionadas por sistemas de computador podem entrar em cena e fazer com o mercado caia.

Na sexta-feira, o relatório da Comissão de Comércio de Futuros de Commodities (CFTC) mostrou elevação de 24.087 lotes no saldo comprado dos fundos em açúcar na semana encerrada em 3 de maio. A posição passou de 210.322 lotes no dia 26 de abril para 234.409 lotes. Conforme Corrêa, os fundos construíram uma posição comprada recorde e devem ter liquidado parte dessas posição na queda de quase 5% observada na quinta-feira passada.

Ele avaliou que apenas fatores exógenos ao açúcar podem contribuir para a queda de preços, como um eventual enfraquecimento dos preços do barril de petróleo, que prejudica a arbitragem do etanol internamente. No meio da tarde, o petróleo caía com as informações de que diminuíram os temores sobre o impacto do fogo na oferta canadense do óleo e também que estão menores no mercado as apostas de alta nos preços da commodity. Ao final da sessão os futuros do petróleo encerraram em queda de 2,73% (contrato do WTI com vencimento em junho). Já o Brent para julho cedeu 3,83% na ICE.

Arnaldo Corrêa considerou que quedas acentuadas nas cotações do demerara próximas de 14,80 cents são excelente oportunidade de compra. Na parte de cima, os contratos têm resistência na máxima de 16,71 cents, alcançada em 23 de março passado.

Os futuros de açúcar em Nova York trabalharam no terreno positivo em boa parte do pregão de ontem, chegando a subir 2,9%. O vencimento julho acabou encerrando em alta de 0,89% (14 pontos), a 15,88 cents. A máxima foi de 16,19 cents (mais 45 pontos). A mínima bateu 15,55 cents (menos 19 pontos).

O valor à vista em reais do indicador do açúcar Esalq fechou ontem a R$ 75,50/saca (+0,24%). Em dólar, o preço ficou em US$ 21,41/saca (-0,56%).

Fonte: (Agência Estado)

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