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Açúcar já paga 68% a mais que álcool hidratado no país

Os preços futuros do açúcar fecharam com forte alta ontem, nas bolsas internacionais, sustentados pelas indefinições sobre o clima nas regiões produtoras de cana da Índia, segundo maior produtor mundial, atrás do Brasil. As incertezas sobre o período de monções naquele país colocam em dúvida se a colheita da próxima safra indiana poderá ser muito maior que a do ano anterior, segundo analistas de mercado.

Na bolsa de Nova York, os contratos de açúcar para janeiro encerraram a 18,54 centavos de dólar por libra-peso, com aumento de 39 pontos. Na bolsa de Londres, os contratos para dezembro fecharam a US$ 482,30 a tonelada, com aumento de US$ 9,60.

A forte valorização do açúcar tem estimulado a maior produção da commodity no Centro-Sul do país. No mercado doméstico, o açúcar está remunerando 57% mais que o álcool anidro. Em relação ao hidratado, o a! çúcar tem pago 68% mais, segundo levantamento feito na semana passada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Já o açúcar exportado remunera 5% mais que o negociado no país.

Estimativa da consultoria FCStone mostra que o déficit global de açúcar deverá ser de 6,1 milhões de toneladas para a safra 2008/09, que se encerra em setembro. A previsão anterior era déficit de 4,7 milhões de toneladas. O consumo mundial deve ficar em 162 milhões de toneladas, aumento de 1,5% sobre o ciclo passado. A produção deverá ser de 155,9 milhões de toneladas, recuo de 8% sobre 2007/08.

Segundo Bruno Zaneti, analista de açúcar da FCStone, os preços da commodity no mercado futuro seguem sustentados pelas posições compradas dos fundos. Há, contudo, um descolamento dos futuros sobre o mercado “spot” (físico), considerando que o avanço da colheita no Centro-Sul do Brasil tira o suporte sobre as cotações.

Em São Paulo, a saca de 50 quilos fechou ontem a R$ 41,23,! segundo o índice Cepea/Esalq. No mês, a valorização atinge 3,73%.

Com os preços atraentes do açúcar, o Brasil deverá bater recorde exportação nesta safra, abocanhando cerca de 50% do mercado mundial, um salto de 10 pontos percentuais sobre o ciclo anterior. Neste primeiro semestre, os embarques de açúcar e de etanol, aumentaram 26,4% em receita sobre o mesmo período de 2008, atingindo US$ 3,8 bilhões. Em volume, os embarques de açúcar atingiram 10,4 milhões de toneladas, 37% mais que janeiro a junho de 2008. As exportações de álcool ficaram em 1,45 bilhão de litros, recuo de 25%, informou a Unica (União da Indústria da Cana-de-açúcar).

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