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Açúcar ganha relevância na estratégia traçada pela ETH

Além dos planos traçados e anunciados com foco voltado para etanol e energia, a ETH Bioenergia, do grupo Odebrecht, avalia no momento como fará para ampliar para até 25% a participação do açúcar em seu mix de derivados de cana. O objetivo é aumentar a flexibilidade da operação para que oportunidades como a que se oferece atualmente em consequência da escalada das cotações do açúcar no mercado internacional possam ser melhor aproveitadas.

Até agora a empresa tem definidos planos para fazer com que o açúcar alcance, a partir de 2012, uma participação de 15% no mix complementado pelo etanol. Hoje, a ETH produz 230 mil toneladas de açúcar por safra em duas unidades industriais em São Paulo. Em 2011 começam as obras de uma terceira usina de açúcar, na unidade paulista Conquista do Pontal (UCP), que elevará para 600 mil toneladas a produção total da commodity.

O projeto da UCP faz parte de um pacote de investimentos de R$ 3,5 bilhões que deverá ser aplicado até 2012 para que o grupo atinja capacidade de moagem de 40 milhões de toneladas de cana e produções de 3 bilhões de litros de etanol, 600 mil toneladas de açúcar e 2,7 gigawatts-hora de energia com bagaço.

José Carlos Grubisich, presidente da ETH Bioenergia, esclarece que o incremento da capacidade de produção de açúcar ainda não tem data nem lugar para acontecer. Tampouco muda os focos e os planos da companhia, que há dois meses colocou em operação a unidade de Morro Agudo (GO) e até o fim do ano inaugura a usina de Alto Taquari (MT). Outras duas, Água Emendada (GO) e Costa Rica (MS), deverão entrar em operação no fim de 2011.

Mas a expansão tem racionalidade econômica para seguir adiante. “Apesar de não estar dentro da nossa estratégia de crescimento, a maior participação do açúcar no mix pode nos dar mais flexibilidade para capturar oportunidades pontuais no mercado”, diz Grubisich. Nesse contexto, o ritmo da expansão açucareira dependerá do comportamento do mercado. “Tendo uma usina de etanol, o investimento para acoplar uma unidade de açúcar é menor e mais fácil de ser executado”, afirma.

Mas, como explica Luiz Pereira de Araújo Filho, diretor de sustentabilidade da companhia, uma coisa é certa: as unidades não serão incorporadas às usinas de etanol de Goiás. “O Estado não tem logística favorável para exportação de açúcar e o mercado regional é insuficiente para absorver sozinho toda a produção potencial”.

Segundo Pereira, o que poderá ser estudada é a viabilidade de dobrar a capacidade de produção de açúcar da unidade de Eldorado (MS), hoje em 180 mil toneladas por safra, ou, eventualmente, agregar uma unidade de açúcar na unidade de Santa Luzia (MS), que só produz etanol.

Assim como a safra passada, esta temporada canavieira indica boa rentabilidade às usinas que produzem açúcar. Apenas desde agosto, quando a curva ascendente da commodity tornou-se mais aguda, a valorização chega a 35,9% na bolsa de Nova York, segundo o Valor Data. Ontem a commodity voltou a subir, puxada pela seca em áreas de cana do Brasil e pelas inundações no Paquistão. Os futuros para março saltaram 31 pontos e fecharam a 25,29 cents por libra.

Resultante da associação dos ativos da ETH com os da Companhia Brasileira de Energia Renovável (Brenco), a ETH Bioenergia investiu até abril deste ano de R$ 3,8 bilhões. A empresa tem seis usinas em operação e deverá contar com nove unidades até 2012.

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