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Açúcar ganha espaço nas usinas sobre o álcool

As usinas canavieiras vão priorizar a produção de açúcar em detrimento do álcool, informa a Unica (União da Agroindústria Canavieira de São Paulo). A entidade divulgou a primeira estimativa sobre a safra de 2006/2007 da região Centro-Sul, que mostra uma expectativa de aumento de 3,36% da participação do produto no uso total da cana.

No ano passado, o índice era de 48,27% de aproveitamento do vegetal para produção de açúcar, enquanto 51,73% destinava-se para produção de álcool. Neste ano, a Unica prevê que esses índices mudem para 49,9% e 50,1%, respectivamente. Parece pouco, mas trata-se de uma diminuição de 3,14% do uso da cana-de-açúcar para o álcool, onde inclui o hidratado e o anidro. De acordo com o diretor-técnico da entidade, Antônio de Pádua Rodrigues, o mercado é que definiu essa escolha. “As usinas vão otimizar a produção de açúcar porque a condição de preço é mais propícia”, diz.

Por isso, está previsto o crescimento total de 15,84% no processamento do produto. Na safra passada foram produzidas 22,01 milhões de toneladas de açúcar e, neste ano, estão previstas 25,5 milhões. Para o presidente da Unica, Eduardo Pereira de Carvalho, esse acréscimo já era esperado. “A expansão do açúcar corresponde a dois anos, já que no ano passado não houve crescimento. É importante notar que esse índice de produção é o máximo que a indústria pode chegar”, diz. E ressalta: “Se a estrutura de preços mudar, esse destino também se altera.”

De qualquer modo, a entidade também espera um aumento de álcool (8,86%), de 14,3 milhões de m³ para 15,6 milhões. O hidratado (utilizado diretamente nos veículos), aliás, crescerá de 7,3 milhões de m³ na safra 2005/2006 para 9 milhões de m³ na de 2006/2007, um salto de 22,98%. O anidro (que é misturado à gasolina), por sua vez, despenca de 7 milhões de m³ na safra passada para 6,6 milhões de m³ neste ano, um decréscimo de 5,88%. “Mas é mais do que suficiente para manter o mercado abastecido”, garante o diretor.

Preço estanca – Após oito semanas, o preço do litro de álcool hidratado, usado para abastecer diretamente na bomba, interrompe a trajetória de queda e fica estabilizado nas usinas de São Paulo nesta semana, segundo levantamento divulgado sexta-feira pelo Cepea/USP (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da USP).

Na semana passada, o preço estava em R$ 0,85606 e, nesta semana, foi negociado a R$ 0,85565, uma variação de menos de 0,05%. O preço do álcool anidro caiu de 0,97808 para 0,96735, uma variação negativa de 1%. Desde a semana de 6 a 10 de março, o preço do álcool hidratado caiu 31%, reflexo do início da safra, que foi antecipada neste ano.

De acordo com a pesquisadora Miriam Bacchi, do Cepea, a estabilidade de preços ocorreu por conta do início das vendas de açúcar e exportação de álcool, que trouxeram recursos para os caixas das usinas. Na semana passada, o álcool hidratado caiu 5,5% e o anidro, 6%.

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