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Açúcar da UE leva País à OMC

O Brasil vai protestar na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as práticas européias em relação aos subsídios ao açúcar. Bruxelas tem até 1º de outubro para decidir o que fará com o excedente de produção de açúcar que chega a 2 milhões de toneladas. Se colocar esse volume no mercado interno, afetará o preço do produto na Europa. Portanto, Bruxelas deve exportar essa produção.

Na avaliação do Brasil, esta decisão terá um impacto importante no mercado internacional. Para o governo, esse volume de produção excedente foi produzido com subsídios e, pelos compromissos da Europa na OMC, a região poderia colocar no mercado internacional só 1,3 milhão de toneladas de açúcar subsidiado por ano. Ou seja, o volume que está em debate representa violação dos compromissos de Bruxelas na OMC.

O Brasil, junto com Austrália e Tailândia, pediu que o tema do excedente de açúcar da Europa seja incluído na próxima reunião do órgão de solução de disputas da OMC, no dia 27. Os países afetados prometem protestar contra a iniciativa.

O Brasil argumentará que a credibilidade da Europa e do próprio sistema de disputas será questionado se Bruxelas mantiver a estratégia de exportar o excedente de açúcar. Em abril, a OMC condenou os subsídios europeus e pediu que o sistema fosse reformado. Os europeus já não podem dizer que não sabiam que não poderiam colocar o excedente de açúcar subsidiado no mercado internacional, disse um diplomata brasileiro.

A Austrália argumenta que o novo volume de açúcar europeu no mercado internacional representaria aumento de 40% nas exportações de Bruxelas no setor.

Isso derrubaria o valor da commodity de novo, justo em um momento de recuperação dos preços.

REFORMA

Os europeus dão claras indicações de que não se entendem sobre como reformar seu mecanismo de apoio aos produtores existente há 40 anos. Ontem, os ministros da Agricultura dos 25 países da União Européia (UE) entraram em choque sobre a proposta de cortes de subsídios.

A comissária de Agricultura da UE, Mariann Fischer Boel, recusa a proposta de reduzir a ambição da reforma.

O corte proposto no pagamento do preço mínimo é de 39% e países como Espanha, França e Itália querem redução máxima de 20%. A UE afirma que está pronta a estabelecer um fundo de reconversão da produção. Todos terão de ceder, disse Boel.

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