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Açúcar cai de preço e alivia consumidor

Um dos grandes componentes para a elevação dos custos da cesta básica entre o fim de 2009 e o primeiro bimestre deste ano, o açúcar apresentou uma queda de preço de quase 50% nas prateleiras entre os meses de abril e junho, segundo levantamento do site de pesquisa Mercado Mineiro. O valor médio do pacote de cinco quilos da versão cristal, que chegou a ser comercializado por R$ 11,70 em abril, já é encontrado por R$ 5,98. Entre os itens da cesta básica de maio, divulgada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), o produto foi o que apresentou maior retração de preço, alcançando cotação de R$ 4,63 no pacote de três quilos, queda de 18,2%, em relação ao mês anterior.

A justificativa para a forte variação de preço está no mercado exportador. A safra da Índia, maior consumidor mundial de açúcar, ficou bem acima da esperada, o que reduziu a demanda do país pelo derivado da cana no mercado externo. O volume recorde de produção brasileira, que deve fechar em 3,3 milhões de toneladas, também contribuiu para o aumento da oferta. O resultado foi a queda de 50% no valor do produto no mercado internacional, passando de US$ 700 a tonelada, maior valor praticado nos últimos 30 anos, para os atuais cerca de US$ 350.

“Os preços baixos do açúcar entre 2006 e 2008, fizeram com que a Índia diminuísse a produção de forma abrupta. Como é o maior comprador mundial, teve que importar . Isso fez com que os preços alcançassem, no fim de 2009 e no início deste ano, patamares recordes”, explica Mário Campos, economista e superintendente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool do Estado de Minas Gerais (Siamig/Sindaçúcar-MG). A situação agora é contrária. “Em dois meses, a saca de 50 quilos, antes comercializada a R$ 74, chegou a R$ 40”, afirma Campos.

Mas, para o sócio-diretor da consultoria Archer Consulting, Arnaldo Luiz Corrêa, dificilmente os preços manterão a tendência de queda. “O custo de produção no Brasil chega a US$ 330 a tonelada e é pouco provável que seja comercializado abaixo dos US$ 350”, afirma. O fechamento do ano vai depender da demanda indiana. “No último trimestre teremos uma ideia da necessidade do mercado da Índia e também da perspectiva brasileira para a próxima safra. Ainda haverá uma disputa da cana entre a o açúcar e etanol e os preços podem, eventualmente, voltar a subir”, prevê.

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