Açúcar branco, mas sem enxofre
Uma empresa pernambucana desenvolveu uma tecnologia inovadora para a produção de açúcar que já foi implantada pela meca da indústria sucroalcooleira brasileira, as usinas de São Paulo. A Gasil Gases e Equipamentos criou um técnica que substitui o enxofre pelo ozônio no processo de branqueamento do açúcar. A troca de um produto pelo outro traz inúmeros benefícios para as usinas, incluindo a redução de R$ 1,90 no custo de produção de cada tonelada do produto. “É um produto ecologicamente correto que garante uma economia para as usinas”, explica o diretor da Gasil, Raimundo Silton. Outra vantagens para as usinas são a diminuição do uso de produtos químicos, queda com os custos de mão de obra e um menor desgaste dos equipamentos utilizados na produção do açúcar.
Para deixar o açúcar mais branco, a maioria das usinas brasileira ainda usa o enxofre. O processo consiste na queima das pedras do elemento para a formação de um gás que é misturado ao caldo da cana. “Essa mistura causa mais danos ao meio ambiente. Além disso, o uso do enxofre em grandes quantidades traz prejuízo para a saúde dos consumidores”, informa Silton. Ele garante que no caso do ozônio, as consequências são positivas. “Nós capturamos o oxigênio no ar, concentramos ele até os níveis necessários e o transformamos em ozônio. Depois fazemos a mistura do gás com o caldo da cana. Ele gera um efeito de oxidação superior ao do enxofre. É um produto inofensivo e bem mais eficiente”, completa.
Entre os clientes da empresa estão usinas na Paraíba, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul. Em Pernambuco, nenhuma usina aderiu à nova tecnologia.
As máquinas geradoras do ozônio são fabricadas na unidade da Gasil, no Recife, e alugadas para os clientes. A tecnologia foi apresentada durante a Mostra Sucroenergética da Região Nordeste (Sucronor) e a Feira de Fornecedores Industriais (ForInd NE), que ocorreram simultaneamente entre os dias 13 e 15 deste mês, no Centro de Convenções de Pernambuco. Além do serviço de fornecimento de ozônio, a Gasil atua em outros segmentos como obtenção de oxigênio por meio de usinas concentradoras.
