Mercado

Açúcar ainda é o principal produto da pauta

A Alcoa, que produz alumínio em Itapissuma, é a primeira indústria na lista de empresas exportadoras do Estado, mas Pernambuco ainda não conseguiu sair da dependência das commodities com baixo valor agregado. O principal produto das exportações do Estado continua sendo o açúcar, com larga vantagem. Nos nove primeiros meses do ano, as exportações de açúcar bruto subiram 57%, passando de US$ 44,3 milhões em 2003 para US$ 70 milhões em 2004. Já as exportações de alumínio da multinacional Alcoa, mesmo crescendo 169,2%, representam US$ 19,1 milhões no total das exportações de 2004, contra US$ 7,1 milhões no mesmo período de 2003.

No caso da Alcoa, o crescimento das exportações é resultado da orientação para o mercado externo da própria multinacional. A empresa está colocando no mercado americano perfis de alumínio (janelas, portais e vitrines), atendendo grandes clientes de varejo. Como opera com prazos curtos de entrega, boa parte da produção, de 700 mil toneladas por ano, é obrigada a ser exportada por Pecém, no Ceará. “Isto ocorre por falta de linhas de navegação e não é bom. Estamos em entendimento com a empresa para que tudo saia por aqui. Hoje, cerca de 25% a 30% da produção não sai por Pernambuco. Com novas linhas para Europa e Estados Unidos em Suape, esperamos que tudo seja exportado por aqui”, afirma o chefe de gabinete da Secretaria de Desenvolvimento, Girley Brasileiro.

A Philips Eletrônica do Nordeste é outro exemplo de multinacional que está apostando no mercado externo, para atender a demanda de lanternas do setor de veículos americano e japonês. Nos nove primeiros meses do ano, as exportações da empresa cresceram 25%, passando de US$ 3,6 milhões em 2003 para US$ 4,5 milhões em 2004. “Nos últimos três meses, houve um incremento na demanda internacional. As vendas cresceram 15%, mas ainda operamos abaixo da capacidade de produção. Vamos ter um ano melhor do que o ano passado, mas as vendas internas ainda não surtiram o efeito desejado”, conta o diretor da unidade Alfredo Mendes. Neste mesmo setor de peças para autos, a indústria de baterias Moura, de Belo Jardim, ampliou sua vendas externas em 71%, passando de US$ 4,2 milhões em 2003 para US$ 7,3 milhões em 2004.

O Ministério do Desenvolvimento trabalha com a perspectiva de que as exportações de Pernambuco batam recorde agora em 2004, atingindo US$ 445 milhões, mas os próprios estudos do ministério levam em conta que o aumento da demanda interna deverá reverter parte das exportações.

Com um saldo de US$ 341 milhões nos nove primeiros meses do ano, as exportações de açúcar do segundo semestre são a principal aposta para o atendimento da meta. O presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool do Estado de Pernambuco (Sindaçúcar), Renato Cunha, estima que as vendas de açúcar de outubro, novembro e dezembro podem agregar mais US$ 90 milhões às exportações, enquanto o álcool pode agregar outros US$ 10 milhões. “Se tudo ocorrer conforme combinado, as exportações de açúcar devem crescer. Há uma forte demanda pelo produto por parte das traddings internacionais, mas o crescimento da economia do País pode reverter parte das exportações”, explica o presidente da entidade, Renato Cunha.

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