O relatório da UNICA, divulgado na semana passada, contribuiu para a tendência de inversão dos spreads mais próximos N23/V23 e V23/H24, trazendo mais um forte resultado quinzenal.
Também na semana passada, o mercado começou a considerar a ideia de que o TCH poderia se recuperar mais do que o esperado.
“Claro, ainda temos previsão de chuvas para o segundo semestre de 2023, o que pode limitar o ritmo de moagem, mas qualquer boato de maior disponibilidade de cana da força a tendência baixista no curto prazo”, diz Lívea Coda, analista de açúcar e etanol da hEDGEpoint Global Markets.
A analisa ressalta que não apenas isso, mas a valorização do BRL em relação ao USD, combinada com uma queda geral no quadro de commodities na quarta-feira, contribuiu para o fortalecimento desta tendência. “No entanto, à medida que o vencimento se aproximava, houve uma queda significativa no interesse em aberto do contrato de julho, de 41 mil lotes no início da semana para menos de 20 mil lotes em 28 de junho, menor do que na mesma data do ano passado”.
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O volume entregue referente ao vencimento do contrato de julho foi de 412kt. Como foi inferior a expectativa de alguns agentes do mercado, a entrega tem dado suporte ao contrato outubro.
“No entanto, devemos lembrar que a inversão entre outubro e março deve durar um pouco mais. Embora o clima indiano tenha melhorado na semana passada, o mercado ainda aguarda os resultados de julho – o principal mês para o desenvolvimento da cana na região. Além disso, também já discutimos há algum tempo que seus estoques estão baixos e os preços domésticos sustentados, levando a exportação a ser uma decisão política”, diz.
Ainda de acordo com a analista, a Índia não é o único país do Hemisfério Norte a ser monitorado, Tailândia, França, Alemanha, México e muitos outros oferecem notas de incerteza em termos de disponibilidade do adoçante.
Enquanto isso, o Brasil deve manter o bom ritmo de moagem em julho: as previsões do tempo parecem boas e as usinas aproveitarão a oportunidade, suavizando os fluxos comerciais até que o produto do Hemisfério Norte seja solicitado pelo mercado.
“A combinação dessas duas tendências, incerteza do Hemisfério Norte e Brasil acelerando a moagem, é a combinação perfeita para pressionar o spread outubro 2023/março 2024”, afirma.