Acordo define aumento de 9% para trabalhadores da Paraíba
Os trabalhadores da lavoura canavieira da Paraíba conquistaram um aumento de 9% após a realização de duas rodadas de negociações entre representantes da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (Faepa), do Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool no Estado da Paraíba (Sindálcool) e da Federação dos Trabalhadores Rurais da Paraíba (Fetag). Com o aumento, o piso salarial, que era de R$ 286,00, passou a R$ 310,00 com vigência desde o dia 15 (data-base da categoria).
O aumento ficou acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que estava acumulado em 3,47% até o mês de setembro. Segundo o presidente da Asplan, José Inácio de Morais, o acordo coletivo fixou um novo piso referencial. Mas, o trabalhador raramente recebe apenas esse valor, pois a remuneração mensal é calculada de acordo com a produtividade, o que possibilita ganhos acima de R$ 700,00. O setor canavieiro da Paraíba possui aproximadamente 40 mil trabalhadores.
Para o presidente da Asplan, o acordo da Paraíba poderá servir de parâmetro para outros Estados do Nordeste que ainda não concluíram as suas negociações. Em Pernambuco, por exemplo, uma greve de cortadores de cana chegou a reduzir em até 30% o corte na Zona da Mata. A paralisação conta com a adesão de 80% dos 100 mil trabalhadores canavieiros de Pernambuco, conforme informações da Federação dos Trabalhadores em Agricultura do Estado (Fetape). Um levantamento do Sindicato das Indústrias do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE) calcula que 25% dos canavieiros participam do movimento grevista. Os trabalhadores reivindicam um aumento do piso salarial, de R$ 305,00, para R$ 335,00, com um acréscimo de R$ 15 fixos, acima do valor estabelecido. Os representantes dos empregadores propõem um piso de R$ 310,00, valor igual ao da Paraíba.
