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Acordo antecipa fim de toda queima da cana

Com a adesão dos 13 mil fornecedores representados pela Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana) ao Protocolo Agroambiental, a partir de agora todos os canaviais paulistas devem antecipar os prazos para o fim das queimas – processo utilizado para permitir a colheita manual – no Estado de São Paulo. O documento foi assinado ontem pelo governador José Serra e pelo presidente da Orplana, Ismael Pereira Júnior. Os fornecedores representam 25% da produção de cana-de-açúcar paulista. De acordo com o protocolo, que já havia sido assinado pela União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), as indústrias tomarão medidas para eliminar a queima em 2014 e 2017, respectivamente, para as áreas consideradas mecanizáveis e não-mecanizáveis. Pela lei em vigor, o fim da queimada nas áreas mecanizáveis deveria ocorrer em 2021, enquanto para as não-mecanizáveis seria permitida a queima da palha de cana-de-açúcar até 2031. O documento também estipula ações de sustentabilidade ambiental, estabelece prazos para a substituição gradativa da queima por mecanização e que em novas áreas de produção de cana-de-açúcar só é permitida a colheita mecânica.

A assinatura do protocolo foi realizada no Palácio dos Bandeirantes, no mesmo evento em que foram apresentados os resultados da queima da palha da cana-de-açúcar nas safras 2006/2007 e 2007/2008. Mapas elaborados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostram que houve uma redução de 110 mil hectares na área de queima da palha de cana-de-açúcar, comparando-se as safras 2006/2007 e 2007/2008, o que corresponde a 155 mil campos de futebol. Os dados revelam ainda que, como resultado do cumprimento do Protocolo Agroambiental, a área de colheita mecanizada cresceu 657 mil hectares. Na última safra, 50% da colheita foi feita mecanicamente, ante 35% da safra anterior à assinatura do documento. “A questão da mecanização é um caminho sem volta. O corte manual já se tornou indefensável porque no futuro a palha queimada poderá ser utilizada para produção de álcool e energia. Se não for por consciência ambiental, as queimadas serão extintas por questão econômica”, disse Sérgio Prado, representante da Unica em Ribeirão Preto.

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