O biogás, assim como outras fontes renováveis, precisa da revisão da regulamentação do setor elétrico, considerando seus atributos, inclusive como serviço de maior valor agregado para o sistema.
É uma fonte firme de energia. Não depende de condições climáticas como outras fontes renováveis. E é despachável, ou seja, se você precisar o sistema é acionado. Pode ser despachada imediatamente, além de armazenável.
E adicionalmente tem a questão da contribuição para redução das emissões de gás de efeito estufa. Hoje, o sistema elétrico não precifica essas diferentes fontes que, tecnicamente, são as melhores e deveriam ser mais bem remuneradas, defendeu Gabriel Kropsch, vice-presidente da Associação Brasileira do Biogás (ABiogás) em entrevista ao Além da Energia.
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“No ano passado, tivemos leilões com valores equivalentes para biogás e carvão mineral, sendo que o biogás tem mais atributos e presta mais serviços para a sociedade do que o carvão. Não acreditamos em reserva de mercado, subsídios ou qualquer mecanismo que impeça a livre iniciativa, mas nós defendemos a correta precificação desses atributos. Uma das maneiras de se fazer isso é estruturar leilões que sigam a lógica dos atributos“, acredita Kropsch.
Das 400 plantas que geram energia com base no biogás, 350 o fazem para o sistema distribuído. Temos duas operando no mercado regulado que foram competitivas o suficiente para ganhar o leilão, mesmo considerando que não houve uma precificação que considerasse os atributos do biogás.
A comercialização de energia está sendo feita e é idêntica ao mercado de gás natural, inclusive com equipamentos similares, então estamos falando de uma tecnologia de geração e de conexão ao sistema já estabelecida.
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Por não haver leilões de biogás específicos, não existem contratos de longo prazo. Diferentemente de outras fontes, nas quais se entra no leilão e depois se constrói a planta, isso não acontece no biogás. Os investidores precisam construir primeiro a planta e não têm os contratos do leilão como garantia.
Os grandes grupos têm respaldo econômico, mas esse não é o caso de empreendedores de pequeno e médio porte. Por isso, estruturamos um fundo garantidor para apoiar os empreendimentos.
Não é um financiamento, mas a oferta de garantia para que os empreendedores obtenham linhas de crédito.
É um aval e só garante projetos que passem por critérios de avaliação técnica, econômica e ambiental. Atualmente temos mais de 40 projetos mapeados.