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Abimaq estima redução de até 15% nas encomendas

A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) calcula que as encomendas de máquinas feitas à indústria de bens de capital brasileira devem ter caído entre 10% e 15% em junho último. A estimativa é do presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto, ao anunciar os resultados de maio.

De acordo com ele, os aumentos da taxa básica de juros e a valorização do real têm feito com que os empresários reavaliem seus investimentos, causando queda no número de pedidos de novos equipamentos para fábricas. “Quando eles [os empresários] notam uma perspectiva de alta nos juros, eles param para pensar e esperam para ver o que vai acontecer antes de investir”, disse Aubert.

De acordo com Aubert Neto, setores que vinham impulsionando o crescimento do segmento de bens de capital nos últimos meses, como o de mineração e o de açúcar e álcool, já reduziram significativamente suas encomendas em maio.

Essa tendência, prevê Aubert, deve ser seguida por outros setores e pode até anular os ganhos de faturamento das associadas da Abimaq no ano que vem. “Neste ano, ainda temos uma carteira de pedidos para entregar. Mas o ano que vem iniciaremos com uma outra perspectiva”, avaliou. “Em 2009, poderemos ter crescimento zero”, acrescentou.

A desaceleração esperada pela Abimaq já é, em parte, verificada nos últimos resultados do setor. Segundo o relatório divulgado hoje, o faturamento, que crescia desde janeiro, manteve-se em maio no mesmo patamar de abril, de R$ 6,3 bilhões.

De janeiro a maio, a balança comercial também apresentou dados negativos para o setor. As importações de máquinas cresceram 43,5% na comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando US$ 8,06 bilhões (R$ 12,90 bilhões). Já as exportações, cresceram 10,7%, atingindo US$ 4,44 bilhões (R$ 7,10).

“Em 2006, tivemos um déficit da balança comercial de R$ 500 milhões; em 2007, de R$ 4,5 bilhões; e neste ano devemos fechar com déficit de R$ 10 bilhões a R$ 12 bilhões”, disse Aubert. “Não somos contra a importação, mas queremos igualdade de condições”, complementou.

Segundo ele, as baixas tarifas para a entrada de máquinas no país e o câmbio valorizado tornam a concorrência entre a indústria nacional e internacional desequilibrada. Aubert afirmou que ainda neste mês a Abimaq deve enviar ao governo um pedido para que as taxas de importação de bens sejam elevadas.

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