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Abastecimento garantido

Em pleno período de entressafra e com perspectivas de que a moagem da safra 2011 seja adiada em algumas unidades mato-grossense por conta de problemas climáticas – usinas que poderiam dar início à operação em março se dizem sem condições e adiam trabalhos para abril – a possibilidade de desabastecimento de etanol está descartada pelo Sindicato das Indústrias sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindálcool), que mesmo sem revelar o volume do estoque de passagem (produto que fica de uma safra para outra), assegura oferta ao mercado. No entanto, o preço estará maior na medida em que a nova produção demore a ser trazida ao consumo. Nova alta sobre litro virá na próxima semana.

Como explica do Sindicato, a boa produção do ano passado – cerca de 850 mil toneladas – está permitindo à indústria atravessar este período crítico do ano com saldo para atender o mercado regional. “Não sabemos neste exato momento qual é o tamanho dos estoques das usinas, mas com certeza há produto de sobra para chegarmos à nova safra sem qualquer sobressalto. O mercado pode ficar tranquilo”, assegura o diretor executivo Sindálcool, Jorge dos Santos. Pela primeira vez, a produção mato-grossense poderá superar a marca de 1 bilhão de litros de etanol (hidratado e anidro).

Segundo Jorge dos Santos, mesmo que ocorra um atraso no início da moagem – como mostrado na edição de ontem do Diário – “o abastecimento está garantido”. Ele informou que o problema dos estoques de etanol está afetando apenas a região Centro-Sul do país, mais precisamente os estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, face ao aumento do c onsumo nos últimos meses.

Uma reunião chegou a ser convocada anteontem Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para discutir a questão dos estoques regionais, mas o Sindálcool não enviou representantes por considerar desnecessário. “A situação, em Mato Grosso, está sob controle e não causa preocupações ao setor sucroalcooleiro”, reforçou o executivo do Sindálcool.

Mesmo com perspectivas de queda da produção neste ano em relação ao ano passado em algumas usinas, devido à irregularidades das chuvas no início do plantio e ao atraso na colheita, Mato Grosso deverá registrar produção recorde devido à entrada da ETH no mercado local. Sozinha, a planta de Alto Taquari (479 quilômetros ao sul de Cuiabá) deverá processar 2,5 milhões de toneladas de cana para produzir 230 milhões de litros de etanol anidro e hidratado. Volume que somado aos 850 milhões de litros que deverão ser produzidos pelas demais usinas, a safra mato-grossense chegará a 1,1 bilhão de litros de hidratado e anidro. A área plantada saltará de 200 mil hectares para 220 mil hectares – incremento de 10% entre uma safra e outra – com a atividade devendo recrutar cerca de 16 mil trabalhadores nos canaviais e nas indústrias. O perfil da safra será mantido em 2011: 73% da produção da cana vão virar etanol e, 23%, açúcar.

PREÇOS – Enquanto o mercado aguarda a nova safra, os preços do etanol nos postos revendedores continuam nos patamares mais elevados dos últimos anos. Na maioria das revendas o valor médio do litro do é de R$ 2,07. Mas, há quem fale em queda dos preços após o início da moagem de cana-de-açúcar. “É uma tendência natural, toda vez que a oferta de um produto aumenta o preço automaticamente começa a apresentar queda”, afirmou Jorge dos Santos. Ele voltou a afirmar que desconhece os motivos da última alta do etanol para o consumidor.

Nos postos revendedores, a explicação é a mesma: “Recebemos a planilha [das distribuidoras] com os novos preços e estamos apenas repassando nas bombas”, disse o gerente de pista José Eduardo de Amorim. Ele aposta em uma queda dos preços a partir da segunda quinzena de abril, quando as usinas já estarão em operação e produzindo.

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