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A irrigação por gotejamento pode contribuir com a sustentabilidade dos canaviais

Confira artigo de Daniel Pedroso

Daniel Pedroso
Daniel Pedroso

O agronegócio brasileiro até os últimos anos sempre foi regido pelo equilíbrio entre rentabilidade e custos de produção, entretanto, com as novas exigências mundiais agora ele deve se equilibrar em 3 pilares para adquirir sucesso: rentabilidade x custos x sustentabilidade.

Realizada na cidade de Glasgow, na Escócia em 2021 a COP 21 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima) tratou de assuntos voltados a conter o aquecimento global visando reduzir, emissão de gases de efeito estufa (GEE). Nessa reunião, o Brasil se comprometeu a reduzir em 50% a emissão de gás carbônico, um dos principais vilões.

Para isso, várias políticas ambientais estão sendo tomadas, sendo que dentre essas, está a política de combustíveis e a adoção crescente do etanol em nossa frota veicular, baseando-se que foi comprovada que esse tipo de combustível pode diminuir em até 90% a emissão de carbono, em relação a gasolina. Buscando incentivar a produção desse combustível, foi criado o RenovaBio, que pode ser entendido como uma política que reconhece o papel estratégico dos biocombustíveis na matriz energética brasileira e com isso mitigar as emissões dos gases causadores do efeito estufa.

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Como principais tópicos para a redução na emissão de GEE, o RenovaBio concentra suas atenções no aumento na produção de etanol, redução no consumo de diesel empregado nas lavouras e a redução no consumo de fertilizantes por tonelada de cana de açúcar produzida, principalmente a base de nitrato.

Com isso em pauta, a irrigação, principalmente a irrigação por gotejamento pode influenciar na balança de maneira positiva.

Por exemplo, já é de conhecimento que com o uso da irrigação localizada a produtividade pode aumentar em torno de 50-80% da produtividade histórica da área. Fazendo alguns cálculos: considerando que uma área qualquer produz 100 ton/ha e que em média 1 ton de cana-de-açúcar produz 80 litros de etanol, chegamos a produção de 8.000 litros de etanol/ha. Caso opte em utilizar a irrigação por gotejamento e considerando um aumento mínimo de 50% na produtividade, teremos: 150 ton/ha x 80 litros de etanol, seria igual a 12.000 litros de etanol/ha ou seja 50% a mais de etanol, com potencial de redução de 90% de carbono para atmosfera.

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Com esse mesmo raciocínio, estudos mostram que com o uso do gotejamento, com a possibilidade em se realizar os tratos culturais via sistema (fertirrigação e proteção de cultivos), pode-se reduzir no mínimo em 13% o uso de diesel.

Além disso, com base no conceito em verticalização da produção, há uma redução no custo de produção de cana-de-açúcar, ou seja, o custo de Reais investidos para se produzir uma tonelada de cana-de-açúcar é menor, como observado na tabela abaixo.

Desta maneira, podemos concluir que o uso da irrigação por gotejamento, através da maior produção de etanol, redução no consumo de diesel, redução do uso de fertilizantes por tonelada de cana-de-açúcar produzida e por ser o método mais eficiente na utilização da água é uma excelente ferramenta para chegar a um canavial mais sustentável.

Daniel Pedroso é especialista Agronômico da Netafim

Esta matéria faz parte da edição 340 do JornalCana. Para a ler, clique AQUI!