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A força dos renováveis

A energia é consumida mundialmente em maior proporção à oferta. Mesmo com a expectativa de menor crescimento econômico, o consumo deve manter uma trajetória ascendente. Paralelamente, há a constante ameaça ao meio ambiente, com o predomínio das energias fósseis. Como resultado, a degradação do solo, esgotamento de poços de petróleo e o aumento da poluição atmosférica traçam um cenário no qual, cada vez mais, é necessário viabilizar mudanças rápidas na matriz energética global.

A criação de novos projetos e investimentos em fontes alternativas de energia é constante. Com grande diversidade e fácil acesso às matérias-primas, as fontes renováveis, que incluem a energia solar, a energia eólica, a energia hídrica e a biomassa, são uma saída ao acúmulo de problemas futuros.

O interesse ao uso de fontes alternativas de energia começou nos anos 90, defendido principalmente por países em desenvolvimento, que mostraram ao mundo a tendência futura nos trabalhos de cenarização. A energia de fontes renováveis passou a representar cerca de 20% do suprimento total de energia no mundo, sendo 14% provenientes de biomassa e 6% de fonte hídrica.

A energia adquirida a partir do processo de biomassa – colhida de resíduos agrícolas, derivados da madeira e plantas como a cana-de-açúcar – pode ser convertida em combustível para o transporte, indústrias e mesmo residências. Para o uso desta fonte, no entanto, é preciso salientar os aspectos de viabilidade econômica, sustentabilidade e a disponibilidade dos recursos, que variam entre as diferentes regiões do globo.

O Brasil, com uma rica geodiversidade e mão-de-obra especializada, ocupa uma posição diferenciada, quantitativa e qualitativamente, no panorama mundial. Segundo dados do Ministério de Minas e Energia (MME), em 2007, as fontes renováveis (incluindo hidráulica e eletricidade; lenha e carvão vegetal; derivados da cana-de-açúcar; e outros renováveis) representaram 45,9% da Oferta Interna de Energia (OIE). Somente a lenha, o carvão vegetal, derivados da cana-de-açúcar e outras fontes que representam a biomassa responderam por 31,1% da OIE no ano passado.

A participação da biomassa na matriz energética brasileira é uma das mais altas do mundo. De acordo com os dados do MME, em 2007, a média mundial de participação da biomassa na OIE foi de 12,9%. Considerando os países que fazem parte da OECD, a diferença é ainda maior. Nestes países, as fontes renováveis representaram apenas 6,7%.

Somente bioeletricidade produzida a partir da queima do bagaço da cana-de-açúcar representou 3% da matriz elétrica brasileira no ano passado, o que mostra um grande potencial de crescimento.

Para as empresas, principalmente indústrias, investir na geração de energia a partir da biomassa é uma alternativa viável. Além da grande disponibilidade de recursos naturais, há no Brasil expertise para a aplicação destas novas fontes em linha de produção. O que falta é a disseminação desse conhecimento.

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