A evolução dos bicombustíveis
O avanço dos modelos flexíveis, que já representam 52% dos veículos vendidos no País, segundo a Anfavea, está provocando uma verdadeira revolução nos sistemas de injeção de combustível. Bosch, Delphi e Magneti Marelli, empresas que fornecem esses equipamentos para as montadoras, aprimoram seus sistemas multicombustíveis e de partida a frio, próximas evoluções do setor. No começo do ano a previsão de participação dos flexíveis era de 45% do mercado. Já chegamos em 50% e as projeções foram revistas para 55% até o final do ano, afirma Carlos Storniolo, diretor de Vendas, Marketing e Planejamento da Delphi, que fornece a injeção para o Celta 1.0 bicombustível. A partir do ano que vem vamos oferecer um sistema que permitirá que o carro seja abastecido com a álcool, gasolina brasileira, gás natural ou gasolina pura (nafta), diz Dino Montanari, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Magneti Marelli. Ele conta que o novo equipamento eliminará uma série de componentes eletrônicos e vai facilitar a exportação para países onde a gasolina não contém álcool, como Argentina.
Para Fábio Ferreira, gerente de Desenvolvimento da Bosch, a oferta de carros multicombustíveis faz parte da estratégia de cada montadora. Todos os nossos softwares estão preparados para usar gasolina pura. Sua habilitação ou não depende do tipo de produto que a fabricante pretende oferecer. Mas a grande novidade para o consumidor são os sistemas de partida a frio que eliminam a necessidade do uso de gasolina no momento de ligar o motor. Na prática, o motorista não precisará mais se preocupar em abastecer o tanquinho de gasolina quando o carro flexível estiver usando só álcool.
De modo bastante simplificado, essa tecnologia consiste em preaquecer o combustível antes de injetá-lo na câmara de combustão. Essa tecnologia deverá chegar ao mercado no final do ano que vem, diz Montanari, da Marelli.
