JornalCana

A corrida para o etanol

As vantagens comparativas do Brasil têm atraído investidores norte-americanos, europeus, latino-americanos e asiáticos. Alguns já compraram usinas, como George Soros, Cargill, Bunge e Louis Dreyfus. O Nobel Group, de Cingapura, adquiriu uma usina em São Paulo.

O ex-presidente da Petrobrás Philippe Reichstul está organizando um fundo para investidores, que reuniria US$ 2 bilhões, para atuar na Região CentroOeste. E fundos europeus foram canalizados para a empresa Infinity Bio-Energy, que investiu US$ 300 milhões na compra de três usinas. Além destes fatos conhecidos, multiplicamse as visitas de empresários e analistas estrangeiros que querem conhecer de perto o mercado local.

O crescimento do setor tem sido rápido. As exportações de açúcar e álcool aumentaram de US$ 4,6 bilhões em 2005 para US$ 7,7 bilhões no ano passado.

Mais que dobraram as vendas de álcool etílico, de US$ 743 milhões para US$ 1,605 bilhão. E o prognóstico é animador: a produção anual de 17,5 bilhões de litros de álcool deverá aumentar para 35,7 bilhões de litros na safra 2012/2013, segundo a União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica). O que terá um efeito muito positivo no ritmo da atividade econômica em geral, estimulando, por exemplo, a demanda de máquinas e equipamentos, tratores, caminhões, terras, etc, além de mão-de-obra.

O problema do aquecimento global do planeta contribui com o setor alcooleiro brasileiro ao estimular as nações desenvolvidas a aumentarem a participação do etanol na matriz energética.

A União Européia pretende suprir 20% do mercado de combustíveis veiculares com etanol, até 2030; os Estados Unidos, 10%; e o Japão, 3%.

O Brasil não se pode descuidar de uma política estratégica para o setor, sob o risco de perder mercados, e que trate basicamente da infra-estrutura de transportes.

Em artigo publicado no Estado (9/2, A2), Bolívar Moura Rocha, ex-secretário-executivo do Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool (Cima), sugeriu ainda a necessidade de se ter estoques reguladores e de se definir um regime contratual de comercialização do álcool, evitando o mercado spot. Assim como os consumidores locais, os países desenvolvidos querem fornecedores confiáveis. O País terá de responder ao desafio sem improvisação.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram