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A biomassa na matriz energética nacional

O carvão foi a energia da revolução industrial. Dominou sobretudo – como combustível fóssil – durante os séculos XVIII e XIX, até a entronização do petróleo. Aí já se avançava rumo ao século XX. Não há. Mas, se houvesse – digamos – uma matriz energética mundial veríamos que o petróleo – à frente como maiores consumidores principalmente os Estados Unidos e o Japão – seria a modalidade de energia, também fóssil, mais utilizada nos dias de hoje. Com tendência a perder importância inclusive porque tem caído, como conseqüência de ganho de pontos na escala de produtividade, a quantidade de petróleo consumida em unidade gerada de produto.

Hidrogênio, como se tem dito; carvão vegetal novamente; gás natural (tanto o industrial como o gás veicular); energia solar; energia eólica; a biomassa; carvão mineral – qual a modalidade de energia que substituirá o petróleo cuja quantidade na natureza não apenas é finita como tende a se esgotar ainda neste século, segundo estimativas e projeções de organismos internacionais?

Como custo é a palavra chave – ou pelo menos uma das palavras chave – a resposta é: aquela modalidade de energia que ensejar menor custo tanto ambiental como econômico será a vencedora. Ou, pelo menos, terá mais condições de ser sucedâneo do petróleo na busca que a economia fará para encontrar-se a matriz energética de cada um dos países – ou bloco de países – individualmente considerado e, na soma de todos, a matriz energética do mundo.

O mercado internacional está ávido por petróleo. E é exatamente nesta brecha que o álcool – anidro e carburante – poderá entrar, desde que a produção nacional seja de tal monta que, satisfazendo o consumo crescente do mercado interno, engrossado com a aceitação do carro bicombustível, se tenha produção também para exportar. Atualmente boa parte do álcool exportado pelo Brasil é da modalidade industrial. E não combustível.

O álcool substituindo a gasolina permitirá à Petrobrás exportar petróleo ou derivados a preços atuais. Que são bem remuneradores e com tendência de não caírem. Afinal, com a China no mercado, parece que o tempo do petróleo barato é assunto apenas dos livros de História.

Há temor nos investidores do setor sucroalcooleiro. O hidrogênio anunciado – embora ainda muito contestado como sendo viável economicamente – pode vir a ser um concorrente terrível. Mas mercado é o território da incerteza. E o setor não é mais e nem menos incerto, inseguro do que os demais.

A questão é outra e não esta. É a seguinte: no processo de produção, qual a modalidade de energia que gerará custos menores? Se for a nuclear, o futuro é dela. Se for outra, idem. É aí que a biomassa deve se situar. E é com isso que deve se preocupar quem nela atua.

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