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A Argélia e o etanol

A defesa internacional do etanol tem sido parte integrante da política externa brasileira. E não foi diferente na visita de dois dias que o chanceler Celso Amorim fez à Argélia no início desta semana. Embora o país seja grande produtor e exportador de petróleo e gás, o ministro fez propaganda do produto para as autoridades de primeiro escalão com quem se encontrou.

A teoria é que os países produtores de petróleo não precisam temer o álcool como um concorrente, mas como um combustível complementar. No caso da Argélia, por exemplo, se o país decidisse utilizar o etanol misturado na gasolina vendida no mercado interno, como ocorre no Brasil, conseguiria em tese liberar ainda mais petróleo para exportação, o que seria vantajoso, já que o preço da commodity está nas alturas.

Vale lembrar que os dois países já têm algum intercâmbio na área de combustíveis. Há alguns anos a Petrobras e sua contraparte argelina, a Sonatrach, vêm ensaiando uma parceria na área de gás natural liquefeito, tecnologia amplamente dominada pela Argélia.

A Argélia e o etanol 2

Se os árabes vão realmente se interessar pela importação do etanol é uma incógnita, mas o fato é que eles já buscam fontes alternativas de energia para economizar petróleo e ter mais para exportar. Os países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), por exemplo, têm anunciado investimentos pesados nessa área, já que se trata da região do mundo onde mais cresce o consumo de combustíveis fósseis. O uso do petróleo aumenta a uma taxa anual de 17% no Golfo, contra uma média mundial de 4,5%.

Por enquanto eles buscam o uso de fontes como a energia solar e a eólica para abastecer suas cidades com eletricidade, mas a lógica é a mesma: quanto menos petróleo e gás forem utilizados para consumo próprio, maior será a vida útil de seus mais preciosos itens para exportação.

Em Bahrein

AfroReggae, Instituto Sou da Paz, Criança Esperança e Programa Escola Aberta. Esses quatro projetos sociais brasileiros foram destaque de um encontro organizado pela Unesco que reuniu, na semana passada em Bahrein, no Golfo Arábico, mais de 100 especialistas e jovens de todo o mundo em discussões sobre formas de desassociar a juventude de contextos de violência e radicalismo. Os trabalhos brasileiros foram apresentados pela Unesco como referência mundial no combate à violência e à desigualdade social entre os jovens.

Criado em 1993, o AfroReggae conta há oito anos com apoio da Unesco no trabalho de mediação de conflitos do grupo. O Programa Escola Aberta foi criado a partir de um acordo de cooperação técnica entre o Ministério da Educação e a Unesco e tem por objetivo contribuir para a melhoria da qualidade da educação e a inclusão social com a ampliação das relações escola/comunidade. O projeto Criança Esperança, por sua vez, é promovido pela TV Globo há 20 anos, período no qual arrecadou mais de R$ 143 milhões investidos em mais de 4.800 projetos sociais no Brasil. No âmbito do projeto, a Unesco acompanha técnica e financeiramente os Espaços Criança Esperança (ECE), organizados pelo Instituto Sou da Paz.

Emprego

Apesar do aumento da inflação, dos juros mais altos e de um cenário internacional mais turbulento, a geração de empregos no Brasil não será afetada. Essa é a conclusão dos técnicos em mercado de trabalho do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), depois de avaliarem as tendências do mercado de trabalho brasileiro nos últimos 24 meses.“A geração de empregos deve continuar sendo expressiva”, afirma Lauro Ramos, coordenador do Boletim de Mercado de Trabalho do instituto, publicação que existe há 12 anos.

O que mostra que a turbulência da economia mundial não deve afetar a geração de novos empregos no Brasil é o fato de que é a demanda interna o motor da oferta de novos empregos em vários setores e regiões do país.

A avaliação dos técnicos do Ipea foi feita em cima dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho com o anúncio da geração recorde de empregos formais, que ultrapassa um milhão no ano.

Casamento perfeito

US$ 342,5 mil. Esse é o valor que um casamento perfeito rendeu entre os meses de janeiro e abril deste ano. O valor se refere às vendas que as indústrias de roupas do estado do Rio de Janeiro fizeram aos Emirados Árabes Unidos. O Rio está empenhado em fabricar uma moda mais cara, com mais luxo, mais exclusiva, com maior valor agregado. E os shopping centers dos Emirados, principalmente de Dubai, querem produtos exatamente assim. Os donos do petróleo querem coisa boa. Os Emirados pagaram US$ 290,31 por quilo de roupas fluminense adquirida até abril. Foi o maior valor, se levado em conta os principais destinos das exportações de moda do estado. Os dados são da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro.

Pica-Pau Amarelo

Que mago que nada. O escritor brasileiro mais admirado pelos brasileiros é Monteiro Lobato, autor dos livros infanto-juvenis que deram origem ao Sítio do Pica-Pau Amarelo – leitura obrigatória para criançada há muitas gerações. O Sítio, que ficou ainda mais conhecido depois de virar programa de TV, é também apontado como o segundo livro (embora seja um conjunto de livros) mais importante na vida dos brasileiros. Só perde para a Bíblia.

A pesquisa, chamada Retratos da Leitura no Brasil e publicada no final de maio, foi feita a pedido do Instituto Pró-Livro, uma organização que reúne editoras, livreiros e outros interessados em incentivar a leitura no Brasil. Foram ouvidas mais de cinco mil pessoas a partir de cinco anos de idade. Essa foi a segunda edição da pesquisa. A primeira foi feita em 2001. A idéia é conhecer melhor quem é o brasileiro que lê e o que ele anda lendo. E a partir daí ter uma base não só para o mercado editorial, mas até para as políticas públicas de educação.

Pica-Pau Amarelo 2

Na cola de Monteiro Lobato, está Paulo Coelho como o segundo mais admirado. Depois vem Jorge Amado, Machado de Assis e Vinícius de Moraes. No ano passado, por ocasião dos 125 anos de nascimento do autor, nascido em Taubaté, interior paulista, a Editora Globo começou a relançar sua obra completa. Ao todo são 56 livros, sendo 31 voltados ao público infanto-juvenil e 25 para adultos. José Bento Monteiro Lobato morreu há sessenta anos, em julho de 1948, mas a Emília, Dona Benta, Pedrinho, Narizinho e os outros habitantes do Sítio mais famoso do Brasil seguem vivos na memória coletiva.

Gastando mais

O turista estrangeiro está gastando mais em sua estadia no Brasil. Em maio desse ano, por exemplo, US$ 426 milhões ingressaram na economia brasileira por conta dos gastos dos turistas estrangeiros. De acordo com o Banco Central, esse valor é 13,88% superior aos US$ 364 milhões registrados no mesmo mês em 2007.

A previsão é de que até dezembro deste ano, o turismo internacional deverá gerar para o país US$ 5,8 bilhões em divisas. A receita acumulada este ano é de US$ 2,473 bilhões – desempenho 18,07% maior que o do mesmo período de 2007 (US$ 2,094 bilhões) – e praticamente igual ao de todo o ano de 2003, quando os gastos de turistas estrangeiros no Brasil chegaram a US$ 2,479 bilhões.

Fértil concentração

Uma análise do setor de fertilizantes no Brasil mostra que a produção dessa matéria prima está concentrada nas mãos de um número reduzindo de empresas, chegando em vários casos a concentrar 100% da produção nas mãos de um único grupo. Estudo elaborado por Ali Aldersi Saab e Ricardo de Almeida Paula, do Ministério da Agricultura, mostra que o Grupo Bunge/Fosfértil é responsável pela produção de cerca de 76% da Rocha Fosfática, 69% do Ácido Sulfúrico, 97,5% do Ácido Fosfórico, 100% do Nitrato de Amônia, 100% da produção do DAP, 96% do MAP, 94% do Superfosfato Triplo, 70% da produção do Superfosfato Simples no Centro Oeste e, juntamente com a Petrobrás, detém 100% da produção de Amônia Anidra. A Companhia Vale do Rio Doce detém 100% do Cloreto de Potássio.

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