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Ministro do Trabalho apresenta proposta de reforma sindical

O ministro do Trabalho e Emprego, Ricardo Berzoini, apresentou ontem aos deputados da Comissão Especial da Reforma Trabalhista e Sindical da Câmara dos Deputados a proposta de reforma sindical. Ele acredita que a tramitação da matéria no Congresso será fácil porque a proposta representa consenso entre trabalhadores, empregadores e Governo, que chegaram a um texto final nas discussões do Fórum Nacional do Trabalho. A proposta defendida por Berzoini ainda será encaminhada ao presidente Lula, que enviará oficialmente o texto final ao Legislativo.

Pela proposta, os sindicatos terão base nacional, estadual ou municipal. A estimativa é de que as novas regras, se aprovadas, diminuam pela metade o número de sindicatos existentes. Também ficam proibidos os sindicatos por categoria profissional: no lugar do sindicato dos médicos, por exemplo, seria criado o sindicato dos profissionais da área da saúde. Ainda não está definido como será a representação sindical nos locais de trabalho.

A proposta do Governo também acaba com o imposto sindical, que hoje é obrigatório para todos os trabalhadores, sindicalizados ou não. Para custear suas despesas, os sindicatos poderão instituir uma contribuição, que deve ser aprovada em assembléia e cobrada de todos os trabalhadores beneficiados por acordo coletivo negociado pelo sindicato. A contribuição será de, no máximo, 1% do salário líquido do ano anterior.

No debate do ministro com os deputados, um dos pontos de maior destaque foi a proposta que autoriza as centrais sindicais, como CUT e Força Sindical, a negociar com os empregadores.

Alguns parlamentares, como a deputada gaúcha Luciana Genro (sem partido), acreditam que as centrais sindicais vão enfraquecer a base dos sindicatos. “Eles estarão submetidos a essa negociação feita pelas cúpulas em nível nacional e não terão sequer a oportunidade de garantir os direitos da sua base sindical específica em determinada categoria, em determinado estado e cidade”, aponta.

O ministro Ricardo Berzoini, que foi líder sindical em São Paulo, diz que, ao contrário, os sindicatos de base ficarão mais fortalecidos. “Na verdade, teremos estruturas mais fortes, uma negociação coletiva mais articulada e uma representação dos trabalhadores mais autêntica. Hoje, muitos sindicatos têm baixíssima representatividade, mas vivem do imposto sindical. Isso demonstra que a estrutura atual não é boa para o País, muito menos para os trabalhadores”. (Fonte: Agência Câmara)