O governo decidiu aproveitar o momento favorável da cotação do real frente ao dólar para acelerar a redução da exposição cambial do País, que fechou 2004 em 9,86% da Dívida Pública Mobiliária Federal interna.
A partir de amanhã, o Banco Central começa a fazer leilões, inicialmente semanais, para oferecer novos swaps ao mercado.
A autoridade monetária assumirá uma posição ativa em variação cambial em troca da oferta de juros prefixados. Além disso, vai usar as datas próximas aos vencimentos dos contratos já existentes para nortear as operações. O BC vai divulgar as condições de cada leilão no dia anterior, após o fechamento dos mercados.
Na prática, o BC atende um pleito do mercado que vem sendo feito desde que a cotação do dólar começou a registrar forte desvalorização frente ao real.
Hoje a moeda norte-americana se acomodou em R$ 2,609 no mesmo dia em que instituições financeiras e consultorias divulgaram relatórios alertando para a possibilidade de a cotação buscar, no curto prazo, o patamar de R$ 2,50.
Há apenas um mês, a cotação da divisa norte-americana era de R$ 2,673. Em oito meses, terminados em 31 de janeiro, o dólar perdeu 18% de seu valor em relação ao real.
De acordo com comunicado oficial divulgado pela autoridade monetária no início da noite, o novo programa não alterará as condições da atual política de retirada de passivos cambiais.
Esta continuará a seguir a prática de oferta de acordo com pesquisa de demanda realizada com os dealers de câmbio e do mercado aberto antes da cada vencimento significativo de instrumentos cambiais.
“Da mesma forma, este novo programa não alterará a sistemática atualmente adotada pelo Banco Central na recomposição das reservas internacionais”, informa a autoridade em nota.