Os canavieiros pernambucanos vão propor um reajuste salarial de 36% para a classe patronal do segmento, percentual que aumentaria o salário da classe dos atuais R$ 271 para R$ 370. O pedido do aumento “otimista” se deve à confiança dos trabalhadores na recuperação do setor sucroalcooleiro para a safra 2004/2005, que tem moagem estimada de 18,3 milhões toneladas de cana. Enquanto no último ano, foi de 17,5 milhões de toneladas. “Soma-se a isso o fato de haver um aumento no preço do açúcar e do álcool. Sendo assim, esperamos que o patronato repasse os lucros também para os trabalhadores”, opina o diretor de política salarial da Fetape, José Rodrigues. Ele lembra que, no último ano, o reajuste concedido aos trabalhadores foi 19%.
Além do reajuste salarial, os canavieiros têm uma pauta com mais de 80 reivindicações para serem discutidas com a classe patronal do setor. Todos esses assuntos foram discutidos durante congresso que aconteceu em Carpina, no último final de semana e reuniu 350 delegados de sindicatos dos trabalhadores da zona canavieira. José Rodrigues, que esteve presente ao evento, disse que as reivindicações serão discutidas em assembléia, no próximo dia 19, nos 50 sindicatos de trabalhadores da cana que existem em Pernambuco.
Nas assembléias, serão aprovadas as reivindicações e decidida a posição que os trabalhadores tomarão quando os assuntos forem “à mesa de negociação” com a classe patronal. As articulações entre os canavieiros e representantes patronais do setor devem acontecer no final de setembro, segundo José Rodrigues. Se não houver acordo nas negociações, ele diz que há a possibilidade de os trabalhadores entrarem em greve.
Outras reivindicações do setor, que também entrarão na pauta de discussões, estão a manutenção da tabela de tarefas – ganhar uma diária, que seria paga em dinheiro, de acordo com a produção; transporte seguro e garantia de saúde. De acordo com José Rodrigues, no período de moagem da cana, o setor sucroalcooleiro emprega 110 mil trabalhadores em todo o Estado.